A maioria dos fiéis era de poloneses que continuam enchendo o Vaticano e ruas vizinhas com suas bandeiras e orações.
O cardeal Comastri exaltou várias virtudes e qualidades de João Paulo II, a começar pela defesa da vida, numa época em que se difunde a cultura do descartável. O cardeal disse que o papa polonês lutou pela paz durante as duas guerras do Golfo e que teve a coragem de ir ao encontro dos jovens para libertá-los da cultura do vazio e do efêmero, e convidá-los a acolher Jesus Cristo.
Pequenos grupos de conterrâneos de João XXIII, também canonizado domingo, juntaram-se aos poloneses na praça. "Sou da cidade de Castelli Calepio, a 50 quilômetros de Sotto il Monto, na província de Bérgamo, onde nasceu o papa Roncalli", disse Margherita Cerea, conhecida como a Mãe de Omar, o filho que morreu vítima de assalto, há 11 anos.
Margherita foi no dia 20 em peregrinação à Casa Natal de São João XXIII, em Sotto il Monte, e em seguida veio assistir à canonização em Roma. Hoje, ela lamentava que o cardeal Loris Capovilla, secretário de Roncalli durante 10 anos, não tenha podido assistir à cerimônia. O cardeal, de 98 anos, alegou que, por causa de sua idade, a viagem seria muito difícil.
Um dia depois da cerimônia que atraiu 500 mil pessoas ao Vaticano e mais 300 mil a vários pontos de Roma onde foram instalados telões, as ruas já foram varridas e lavadas, sem nenhum lixo. As lojas de artigos religiosos continuam movimentadas.
Até uma semana antes, calculava-se que cerca de 5 milhões de pessoas assistissem à canonização - três vezes mais que o público presente na beatificação de João Paulo II, em 1º de maio de 2011, quando a multidão chegou a 1,5 milhão de fiéis, segundo a Policia de Roma, ou 1 milhão, segundo o Vaticano. A explicação para ter havido "apenas" 800 mil no domingo é que os peregrinos se assustaram com a possibilidade de haver um caos na cidade, sem estrutura para receber tanta gente. Roma tem menos de 3 milhões de habitantes (2.720.000 em outubro de 2007,segundo a prefeitura)..