A Casa Branca denunciou energicamente nesta segunda-feira as condenações à morte impostas pela justiça egípcia a 683 supostos islamitas próximos ao ex-presidente Mohamed Mursi e pediu que fossem anuladas junto com outras penas anunciadas em março.
"O veredito de hoje, assim como o do mês passado, constitui um desafio às regras mais elementares da justiça internacional", afirmou Jay Carmey, porta-voz da Presidência americana, em um comunicado no qual também evocou um "precedente perigoso".
Carney assegurou que os Estados Unidos estão profundamente preocupados com a contínua utilização dos processos e condenações em massa no Egito, particularmente com a condenação à morte de 683 acusados hoje". "Esse veredito é completamente incompatível com as obrigações do Egito em relação aos direitos humanos", acrescentou o comunicado. "Os dirigentes egípcios devem assumir uma posição contra essas medidas irracionais (...) e reconhecer que a repressão aos protestos pacíficos só servirá para alimentar a instabilidade e a radicalização que o Egito diz impedir".
"Pedimos que o governo egípcio ponha fim aos julgamentos em massa, anule as condenações (desta segunda-feira) e as anteriores, e que faça o necessário para que os cidadãos tenham um julgamento justo", diz o texto.
Entre os 683 condenados nesta segunda está o líder da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie. O tribunal que determinou a pena é o mesmo que comutou para prisão perpétua 492 das 529 penas de morte determinadas em março, também contra seguidores de Mursi.