O presidente do grupo de luxo Kering, o francês François-Henri Pinault, que também dirige uma fundação pelos direitos das mulheres, condenou nesta sexta-feira a decisão do sultão de Brunei de instaurar a sharia no país, e pediu o boicote à rede de hotéis ligada ao sultanato.
"Enquanto presidente da @KeringForWomen, cuja missão é combater a violência contra a mulher, eu condeno a decisão do sultão de Brunei e boicoto seus hotéis", escreveu François-Henri Pinault no Twitter, juntando-se à campanha de boicote iniciada por diversas celebridades.
Os hotéis em questão pertencem ao grupo Dorchester Collection, do qual fazem parte os luxuosos Dorchester em Londres e o Beverly Hills Hotel em Los Angeles, assim como o Plaza Athénée e o Meurice, em Paris. A rede pertence à Agência de Investimentos de Brunei, um fundo soberano controlado pelo ministério das Finanças de Brunei.
O boicote anunciado por François-Henri Pinault se estende "ao conjunto das marcas do grupo Kering" (Gucci, Bottega Veneta, Saint Laurent, Brioni, Boucheron, Stella McCartney e Puma), informou.
O poderoso sultão Hassanal Bolkiah, um dos homens mais ricos do mundo, anunciou no último 30 de abril a aplicação progressiva da lei islâmica no território de Brunei.
O presidente da gravadora Virgin, Richard Branson, anunciou ter proibido sua equipe de se hospedar em qualquer um dos hotéis da rede Dorchester Collection. O comediante britânico Stephen Fry e a apresentadora de televisão Ellen DeGeneres já disseram que nunca mais pisarão em qualquer um destes estabelecimentos.
Brunei, um pequeno e riquíssimo sultanato situado na ilha de Borneo, será o único Estado do sudeste asiático a aplicar a sharia.
A nova legislação prevê, à medida em que for sendo aplicada, a amputação de membros dos ladrões, o chicoteamento pelo consumo de álcool ou aborto, assim como o apedrejamento para diversos crimes.
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