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Estado de Minas

Michelle Obama discursa e diz que vê suas filhas no lugar das nigerianas raptadas

Primeira-dama dos EUA discursa e diz que vê suas filhas no lugar das nigerianas raptadas. Ponte é atacada e três são sequestrados


postado em 11/05/2014 06:00 / atualizado em 11/05/2014 07:29

A primeira-dama dos Estados Unidos entre as filhas, Malia (E) e Sasha: %u201CCoração partido%u201D(foto: REUTERS/Petar Kujundzic )
A primeira-dama dos Estados Unidos entre as filhas, Malia (E) e Sasha: %u201CCoração partido%u201D (foto: REUTERS/Petar Kujundzic )


Brasília – Em um gesto inédito, a primeira-dama americana Michelle Obama ocupou o lugar do marido no discurso semanal à Nação e pediu pelo retorno de 276 adolescentes nigerianas, sequestradas pelo grupo radical Boko Haram, em 14 de abril. No pronunciamento transmitido por rádio e internet, ela desejou feliz dia das mães às espectadoras e disse que pensa nas próprias filhas — Natasha e Malia Ann — quando imagina o sofrimento imposto às estudantes retiradas à força de um internato público de Chibok, na Nigéria, no meio da noite. Calcula-se que 53 tenham conseguido fugir.

“Como milhões de pessoas ao redor do globo, meu marido e eu nos sentimos ultrajados e com o coração partido”, disse a primeira-dama, que pela primeira vez pronuncia-se oficialmente sobre um assunto externo. “Nessas garotas, Barack e eu vemos nossas próprias filhas. Vemos suas esperanças, seus sonhos — e apenas conseguimos imaginar a angústia que seus pais estão sentindo agora.” Ela disse que o marido pediu ao governo para fazer “todo o possível para apoiar os trabalhos de libertação das meninas”.

Michelle também destacou a coragem das nigerianas e de suas famílias. Recentemente, a escola foi fechada em decorrência de ameaças terroristas, mas as estudantes insistiram em voltar e fazer os testes de classificação para a etapa seguinte. Afirmando que o sequestro não foi um fato isolado, ela recordou o caso de Malala Yousafzai, a garota paquistanesa baleada na cabeça por talibãs quando ia à escola em 2012. “A coragem e a esperança incorporadas por Malala e garotas como ela devem servir como um chamado à ação. Porque, agora, mais de 65 milhões de meninas pelo mundo não estão na escola.”

Outras personalidades mundiais, incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também se manifestaram ontem em uma carta aberta publicada pelo jornal Financial Times. “Exortamos todos os governos local, nacional e regional, com todo o apoio da comunidade internacional, a dedicar seu conhecimento e recursos para #BringBackOurGirls”, escreveram, citando a campanha das redes sociais (leia entrevista ao lado). Também assinam o documento pessoas como o cantor Bono, o empresário Bill Gates e o Nobel da Paz, Desmond Tutu.

EXPLOSÃO E SEQUESTRO Ontem, extremistas islâmicos explodiram uma ponte em Yola, no Nordeste da Nigéria, matando um número ainda não divulgado de pessoas, e sequestraram a esposa e dois filhos de um oficial da polícia aposentado. O atentado ocorre no momento em que as forças internacionais iniciam esforços para resgatar 276 estudantes que foram sequestradas por militantes do Boko Haram. A pressão da comunidade internacional cresceu após a divulgação da mensagem do líder do grupo islamita, Abubakar Shekau, que ameaçou vender as jovens como escravas. Desde então, Estados Unidos, Inglaterra, França, Espanha e China ofereceram ajuda à Nigéria. Desembarcaram ontem no país três oficiais do FBI e quatro do Departamento de Estado dos EUA, junto com representantes da Usaid, agência das Nações Unidas. “Eles fornecerão assistência técnica e investigativa, ajudando com negociações dos reféns, aconselhando sobre planejamento militar e assistindo os setores de inteligência e informação”, explicou o porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

Na quarta-feira, a Inglaterra anunciou que enviaria uma pequena equipe à Nigéria para ajudar na coordenação das operações. A França ofereceu especialistas, enquanto a China prometeu fornecer “qualquer informação útil obtida por nossos satélites e serviços de inteligência”. Na edição de ontem, o jornal El País afirmou que o governo espanhol se dispôs a mandar uma equipe de quatro experts em redes africanas para colaborar com a busca das meninas.

O secretário-geral do maior bloco mundial de países islâmicos, a Organização da Conferência Islâmica (OCI), Iyad Madani, disse que o sequestro das 270 adolescentes pelo grupo terrorista é um ato bárbaro e desumano. Em uma entrevista à agência Associated Press ontem, Madani disse que atos como esses “não apenas são repudiados pelo Islã, mas por toda a humanidade”. Essa foi a primeira entrevista do líder desde que ele assumiu a secretaria-geral da OCI em janeiro. Madani disse ainda que a violência sectária é um dos desafios mais importantes para o mundo islâmica. A OCI é uma organização composta por 57 países de maioria muçulmana. O sequestro do grupo terrorista Boko Haram causou uma indignação pública mundial. O grupo usa ensinamentos islâmicos como justificativa para ameaçar vender as adolescentes como escravas.


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