Dois jovens palestinos foram mortos nesta quinta-feira por soldados israelenses perto da prisão militar de Ofer, na Cisjordânia ocupada, durante manifestações pela "Nakba", o êxodo dos refugiados durante a criação de Israel em 1948, indicaram fontes médicas.
Feridos no peito durante confrontos com soldados israelenses perto da prisão, nos arredores de Ramallah, Mohammad Oudeh, de 17 anos, e Mussaab Nuwara, 20, morreram no hospital para onde foram levados, segundo fontes médicas.
Procurado para explicar as mortes dos jovens palestinos, o Exército israelense não quis comentar o caso.
As duas mortes elevam para 11 o número de palestinos mortos pelas forças israelenses na Cisjordânia desde o início do ano.
Em 22 de março, três palestinos, incluindo dois combatentes islâmicos, foram mortos pelo Exército no campo de refugiados de Jenin (norte) durante uma tentativa de prender um deles.
Quase 200 jovens palestinos entraram em confronto nesta quinta com soldados israelenses nesta área onde tumultos são frequentes, após os eventos comemorativos em Ramallah, segundo testemunhas.
As bandeiras do Fatah, do presidente Mahmud Abbas, e do movimento islâmico Hamas, que governam respectivamente as regiões autônomas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, estavam ausentes das manifestações, um símbolo da reconciliação entre os dois movimentos.
Em vez disso, os manifestantes exibiam bandeiras palestinas.
"Neste 66º aniversário da Nakba ("catástrofe", em árabe) esperamos que este ano seja o fim de um longo sofrimento", declarou Abbas em um discurso televisionado.
"É tempo de acabar com a maior ocupação da história moderna e tempo de os líderes de Israel entenderem que não há outra pátria para os palestinos que não seja a Palestina", acrescentou.
Na Faixa de Gaza, onde a população é formada majoritariamente por descendentes de refugiados, centenas de palestinos realizaram uma passeata até a fronteira com Israel, com faixas indicando: "Não desistiremos nem de Jerusalém nem do direito de retorno".
A "Nakba" causou o êxodo de cerca de 760.000 palestinos, que hoje, ao lado de seus descendentes, somam mais de cinco milhões, divididos principalmente entre Jordânia, Síria, Líbano e Territórios Palestinos. Apenas 160.000 permaneceram em território israelense.
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