Jornal Estado de Minas

Diretor de filme sobre DSK nega acusações de antissemitismo

AFP

Abel Ferrara, diretor do polêmico filme "Welcome to New York", inspirado no escândalo DSK, rebateu acusações de antissemitismo em entrevista à AFP neste domingo.

"Eu não sou antissemita. Espero que não seja. Fui criado por mulheres judias", disse o norte-americano Ferrara.

O jornal francês Le Monde e a ex-mulher de Dominique Strauss-Kahn, Anne Sinclair, avaliaram que a descrição da esposa do protagonista, interpretada pela britânica Jacqueline Bisset, é antissemita.

A personagem é apresentada como uma mulher rica, que ajuda o estado de Israel e herdou uma fortuna acumulada durante a guerra.

Em entrevista ao site The Huffington Post, a jornalista Anne Sinclair falou sobre seu "desgosto ao ver o suposto cara-a-cara dos protagonistas, onde os autores e produtores do filme projetam seus fantasmas sobre o dinheiro e os judeus".

"As alusões à minha família durante a guerra são particularmente degradantes e difamatórias.

Elas contam exatamente o contrário do que aconteceu. Meu avô (o comerciante de arte Paul Rosenberg, ndlr) teve que fugir dos nazistas, e teve a nacionalidade francesa retirada pelo governo de Vichy. Meu pai entrou na França Livre e lutou até a Liberação. Dizer outra coisa que não isso é calúnia", continua Sinclair, chamando os ataques de "claramente antissemitas".

A jornalista explica que, mesmo assim, não pretende levar o caso à justiça. "Eu não ataco a sujeira, eu a vomito".

Questionado pouco antes da publicação da entrevista de Sinclair, Abel Ferrara se defende e diz não ter manchado a memória do pai da ex-mulher de DSK. "Não foi um colaborador. Ele quase foi morto pela Gestapo. Ele foi justamente o oposto disso, e quase teve o mesmo destino que outros seis milhões de judeus".

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