A dirigente da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Hanan Ashraui, fez essa acusação com base em um vídeo divulgado no site de uma ONG, datado de 15 de maio, que mostra os dois jovens andando perto de um prédio e caindo de repente, aparentemente depois de terem sido baleados.
Em um comunicado, Ashraui "condena a execução deliberada de dois adolescentes palestinos", acrescentando que "os dois rapazes não estavam armados e não representavam uma ameaça direta nem imediata".
A ONU pediu nesta terça uma investigação imparcial às autoridades israelenses. "A ONU pede que as autoridades israelenses realizem uma investigação independente e transparente sobre essas duas mortes e faz um apelo para que garantam que as forças de ordem respeitem estritamente os princípios básicos sobre a utilização da força e de armas de fogo", declarou o secretário-geral adjunto para assuntos políticos, Oscar Fernández Taranco.
"É muito preocupante que as primeiras informações indiquem que os dois palestinos mortos estavam desarmados e pareciam não representar uma ameaça direta", disse Fernández Taranco ao apresentar seu relatório mensal sobre a situação no Oriente Médio ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos, aliados de Israel, também pediu ao governo israelense "uma investigação rápida e transparente com o objetivo de determinar (...) se houve ou não o uso da força de maneira proporcional à ameaça representada pelos manifestantes".
A ONG Defense for Children International Palestine, que publicou o vídeo, afirma ter obtido as imagens a partir de câmeras de vigilância instaladas perto do prédio, nos arredores da prisão militar de Ofer.
O dois jovens palestinos, de 16 e 17 anos, foram mortos pelo Exército israelense na Cisjordânia durante as manifestações pela "Nakba". De acordo com fontes médicas, eles foram baleados no peito durante confrontos com soldados israelenses perto da prisão militar de Ofer e morreram no hospital para onde foram levados.
Um porta-voz militar israelense considerou que o vídeo foi manipulado. De acordo com o comandante Arye Shalicar, a investigação que está sendo realizada pelo Exército sobre essas mortes não "estabeleceu (que tenha havido) tiros com balas de verdade".
A Anistia Internacional acusou as forças israelenses "de uso excessivo da força, em alguns casos mortal, em resposta a manifestantes que jogam pedras e não podem representar uma ameaça à vida dos soldados e dos policiais no interior ou em torno de uma área militar fortificada"..