Jornal Estado de Minas

Sistema de descontaminação da água volta a parar em Fukushima

AFP

A companhia administradora da usina nuclear de Fukushima pode começar nesta quarta-feira a relançar no mar água não contaminada, bombeada dos reatores, um alívio no momento em que o sistema de descontaminação de água voltou a enguiçar.

De acordo com a edição digital do jornal Nikkei, a Prefeitura de Fukushima deu o seu aval, na terça-feira, à Tokyo Electric Power (Tepco) para iniciar esta operação.

A Tepco tinha começado a bombear a água subterrânea no início de abril, antes que ela penetrasse nas estruturas.

Esta água é estocada provisoriamente em um reservatório para ser analisada, com o objetivo de verificar se não está radioativa.

Ela só será lançada no Oceano Pacífico se estiver em boas condições, prometeu a Tepco.

Os controles também são efetuados por uma terceira parte.

Cerca de 400 toneladas de água subterrânea entram a cada dia na estrutura da usina atômica, aumentando a quantidade de água contaminada em contato com os equipamentos. Essa água deve em seguida ser estocada e limpa.

Para resolver em parte esse problema, a Tepco e as autoridades imaginaram este plano de "desvio", destinado a evitar que a água que desce naturalmente para o mar entre, em sua trajetória, em contato com as instalações contaminadas.

No entanto, o problema maior dos enormes volumes de água radioativa acumulados na usina de Fukushima Daiichi está longe de ser resolvido, já que o sistema de tratamento da água, ou ALPS, não é confiável, e está sempre enguiçado.

Ele voltou a parar totalmente nesta terça depois da suspensão da terceira linha de tratamento, informou a empresa Tokyo Electric Power (Tepco).

O dispositivo é constituído de três linhas paralelas de descontaminação. Uma única (chamada C) funcionava nesta terça, mas foi suspensa pela manhã devido a um problema que ainda não teve a causa esclarecida.

Nos dias seguintes, as duas outras (A e B) também foram suspensas sucessivamente.

Considerado funcional durante vários meses, o sistema APL na verdade não parou de apresentar problemas diversos.

Este equipamento, desenvolvimento pelo grupo japonês Toshiba, é considerado uma peça chave para solucionar o problema da água contaminada da usina acidentada de Fukushima Daiichi, parcialmente destruída pelo terremoto seguido de tsunami de 11 de março de 2011.

Mais de 400.000 metros cúbicos de água contaminada estão estocados em mais de mil reservatórios gigantescos, preparados às pressas no complexo atômico.

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