Jornal Estado de Minas

Yoani Sanchez lança "14ymedio", primeiro meio de comunicação independente em Cuba

AFP

O primeiro meio de comunicação independente em 50 anos em Cuba, o portal de notícias "14ymedio", da blogueira opositora Yoani Sánchez, foi lançado nesta quarta-feira, desafiando o controle do governo comunista.

"14ymedio é fruto da evolução de uma aventura pessoal que se transformou em um projeto coletivo", afirma na apresentação o portal (www.14ymedio.com), que entrou no ar às 8H05 locais (9H05 de Brasília), segundo correspondentes da AFP em Havana.

A primeira edição inclui uma reportagem sobre a violência noturna em Havana e uma entrevista com o escritor opositor Ángel Santiesteban, preso sob acusações de violência intrafamiliar, assim como uma carta de 28 personalidades de todo o mundo, incluindo o Prêmio Nobel de Literatura peruano Mario Vargas Llosa e o ex-presidente polonês e Nobel da Paz Lech Walesa, para que o governo "respeite o direito" de existência do portal.

"Quando se realiza um projeto que foi desejado por muito tempo, vem a sensação de que devemos traçar novas metas.

14ymedio.com foi minha obsessão por mais de quatro anos", escreveu Sánchez em um artigo publicado no site.

"Hoje alcancei um sonho (...), um espaço jornalístico no qual muitos colegas me acompanham. Nasce com o desejo de chegar a muitos leitores dentro e fora de Cuba, de oferecer um espectro completo de notícias, colunas de opinião e dados sobre a realidade de nossa Ilha. Dará muito trabalho, não há dúvidas. Cresceremos pouco a pouco, tentando fazer com que a qualidade acompanhe cada conteúdo publicado", acrescentou Sánchez.

O surgimento do novo meio de comunicação, que também será distribuído em pendrives de mão em mão e por e-mail, foi ignorado até agora pelo governo de Raúl Castro e pelos meios de comunicação da ilha, todos sob controle estatal.

A filósofa e blogueira de 38 anos ganhou fama internacional com seu blog "Generación Y", o que lhe valeu vários reconhecimentos no exterior.

A imprensa independente foi silenciada na ilha no início da década de 1960 por Fidel Castro.

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