A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos rejeitou nesta quinta-feira uma medida que teria permitido ao presidente Barack Obama fechar o centro de detenção na Baía de Guantánamo, em Cuba.
Os legisladores rejeitaram por 247 votos a 177 uma emenda apresentada pelo Partido Democrata à lei militar atual, cancelando a proibição da transferência dos detidos e o fechamento da prisão a partir de 2017.
Este centro de detenção abriga atualmente 154 detentos, sendo a metade deles considerados "transferíveis" por não constituir ameaça aos Estados Unidos.
O Congresso proíbe o Pentágono desde 2011 transferir esses detentos para o solo americano para que sejam julgados, já que a maioria republicana teme que eles possam ser libertados por ordem judicial e ameaçar a segurança nacional.
Apesar da ameaça de veto do presidente Obama, os legisladores republicanos insistiram em manter a proibição no orçamento militar de 2015.
Obama fez uma referência direta a esta situação durante seu discurso sobre o Estado da União em janeiro, afirmando que 2014 deveria "ser o ano em que o Congresso eliminaria as restrições ainda existentes sobre a transferência de detidos, e em que fecharíamos Guantánamo".
Desde o final de dezembro, quatro detidos foram transferidos: três uigures para a Eslováquia e um argelino que voltou para casa.
Mais de 12 anos após a chegada dos primeiros prisioneiros, o centro de detenção de Guantánamo ainda tem 154 prisioneiros, de um total de 779 que já foram mantidos no local, em sua maioria absoluta sem acusação ou julgamento.
Destes, 76 já receberam "uma aprovação para a transferência" por parte das autoridades militares, o que, teoricamente, permite sua libertação.
O orçamento militar autoriza uma ampla rede de programas militares (armas, bases militares, salários, etc) por um total de 521 bilhões, aos quais devem ser acrescentados 79 bilhões de dólares para as atividades militares no Afeganistão.
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