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Estado de Minas

Portal de Yoani Sánchez continua bloqueado em Cuba

O primeiro veículo de comunicação independente em mais de 50 anos é bloqueado em Cuba, mas será distribuído em CD, e pendrive, para burlar a censura e escassez de internet no país


postado em 22/05/2014 16:07 / atualizado em 22/05/2014 16:31

Na metade esquerda da imagem o site 14ymedio como é visto em todo o mundo, menos em Cuba, que vê a metade direita, o site yoanislandia, que critica a blogueira(foto: Reprodução)
Na metade esquerda da imagem o site 14ymedio como é visto em todo o mundo, menos em Cuba, que vê a metade direita, o site yoanislandia, que critica a blogueira (foto: Reprodução)

A nova mídia independente cubana, o portal "14ymedio", da blogueira opositora Yoani Sánchez, prosseguia bloqueado nesta quinta-feira e isso foi denunciado como censura pelos Estados Unidos e a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). O portal www.14ymedio.com foi bloqueado nos servidores da ilha na quarta-feira, três horas depois de seu lançamento e, em seu lugar, aparece a página "Yoanislandia.com", que contém ataques a Sánchez e artigos de blogueiros partidários do governo. "Muito trabalho no 14ymedio: o desafio é manter o site atualizado várias vezes ao dia", informou Sánchez em seu Twitter.

Washington criticou o bloqueio do portal nesta quinta, dizendo que "o governo cubano continua limitando as liberdades fundamentais, incluindo a da expressão e de imprensa, de assembleia e livre informação, de dentro e para fora da ilha", afirmou o departamento de Estado americano.

Em Miami, a SIP criticou a censura da mídia digital de Sánchez. "Apesar de a medida não causar surpresa, o mundo esperava maior tolerância do governo de Raúl Castro, considerando seus esforços para mostrar uma imagem mais positiva, mais aberta, para atrair uma maior atenção da comunidade internacional", assinla um comunicado do encarregado da liberdade de expressão da SIP, Claudio Paolillo. "Lamentavelmente, esta censura demonstra que o governo cubano segue pensando que a liberdade de expressão é uma concessão feita pelas autoridades, não um direito natural do ser humano", afirmou.

A edição inaugural do primeiro meio de comunicação independente de Cuba em 50 anos continha uma carta de 28 personalidades de todo o mundo que exigia do governo castrista respeito ao jornal, uma reportagem sobre violência noturna em Havana e uma entrevista com o escritor opositor preso Ángel Santiesteban.

O portal tem a promessa de publicar um "espectro completo de notícias, colunas de opinião e dados sobre a realidade" da ilha. "14ymedio é fruto da evolução de uma aventura pessoal que se transformou em um projeto coletivo", declarou em sua apresentação o portal.

A primeira edição incluía uma reportagem sobre a violência noturna em Havana e uma entrevista com o escritor opositor Ángel Santiesteban, preso sob acusações de violência intrafamiliar. Também publicava uma carta de 28 personalidades de todo o mundo, incluindo o Prêmio Nobel de Literatura peruano Mario Vargas Llosa e o ex-presidente polonês e Nobel da Paz Lech Walesa, para que o governo "respeite o direito" de existência do portal.

O surgimento do "14ymedio.com" - que também será distribuído em pendrives, DVDs e CDs de mão em mão, assim como por telefones celulares e e-mail - fora ignorado até então pelo governo de Raúl Castro e pelos meios de comunicação da ilha, todos sob controle estatal. Os demais meios de comunicação cubanos, todos sob controle estatal, também não comentaram o lançamento do site de notícias, um fato sem precedentes em meio século de regime comunista, onde todos os meios de comunicação estão sob o controle do Estado e toda oposição é ilegal.

Sánchez, filósofa e blogueira de 38 anos que ganhou fama internacional com seu blog "Generación Y", o que lhe valeu vários reconhecimentos no exterior, destacou que o site "nasce com o desejo de chegar a muitos leitores dentro e fora de Cuba, de oferecer um espectro completo de notícias, colunas de opinião e dados sobre a realidade de nossa Ilha".

A imprensa independente foi silenciada na ilha no início da década de 1960 por Fidel Castro, que foi substituído no comando em 2006 por problemas de saúde por seu irmão Raúl. Este realizou reformas econômicas e eliminou algumas proibições que pesavam sobre os cubanos, como as restrições para viajar, mas descartou uma abertura política.


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