O sultão de Sokoto, líder dos muçulmanos da Nigéria, anunciou nesta sexta-feira a organização de um dia nacional de oração no domingo na capital federal Abuja para lutar contra a insurreição armada do grupo Boko Haram.
Muhammad Sa'ad Abubakar III, convidou os principais líderes muçulmanos a rezar na mesquita de Abuja.
Ele também pediu a todos os governantes muçulmanos da Nigéria, o vice-presidente Namadi Sambo e os líderes tradicionais a participar das orações.
"Estas orações muçulmanas nacionais para a paz e a segurança na Nigéria" destinam-se a ajudar o país "a superar os problemas de segurança que enfrenta", de acordo com um texto publicado em vários jornais nacionais.
Este apelo segue a uma carta aberta ao sultão de Sokoto escrita por Shehu Sani, um proeminente defensor dos direitos humanos do norte do país e um escritor que já participou de vários esforços para acabar com cinco anos de insurgência do Boko Haram, principalmente através do diálogo.
Sani escreveu que os religiosos devem fazer mais para ajudar no resgate das mais de 200 estudantes sequestradas pelo Boko Haram, cujo rapto em 14 de julho de Chibok, no nordeste, provocou uma condenação internacional.
"Os religiosos muçulmanos, especialmente os do norte, devem fazer mais do que orações e ir mais longe entrando em contato com os rebeldes para recuperar de forma amigável essas garotas de forma a garantir a sua proteção", escreveu Sani este semana.
"As meninas Chibok têm armas apontadas para suas cabeças e mãos acorrentadas, e nós temos uma espada que paira sobre nossas cabeças face a posteridade", acrescentou.
O Conselho de Segurança da ONU colocou na quinta-feira o grupo islâmico armado Boko Haram na lista negra de organizações terroristas sujeitas a sanções por causa de suas ligações com a Al-Qaeda.