"A Espanha amanhã será republicana", gritavam nesta segunda-feira milhares de manifestantes em Madri, pedindo o fim da monarquia espanhola, depois da abdicação do rei Juan Carlos, que ficou 39 anos no cargo.
Com cartazes com frases como "Reis nunca mais, referendo", "Os Bourbon às eleições", ou "Transição real... Sem rei", os manifestantes se reuniram na histórica praça Porta do Sol, onde agitavam a bandeira da Segunda República, proclamada em 1931, nas cores vermelho, ouro e violeta.
Juan Carlos "teve seu momento, mas agora é um pouco arcaico, um pouco inútil", e representa "um grande custo, principalmente na situação de crise que vivemos", afirmou Paula Torrija, terapeuta ocupacional de 24 anos.
"Acho que seria um bom momento para começar a república", destacou a jovem.
"Estou aqui porque quero eleger meu chefe de Estado. Tenho 25 anos e não vou esperar outros 40", criticou Daniel Martín, estudante de Sociologia da Universidade Complutense de Madri.
"Temos que mudar já", acrescentou o jovem, que não acredita que o príncipe Felipe tenha qualquer legitimidade para o trono da Espanha.
"Mais que a legitimidade do rei, o que não entendo é a legitimidade do príncipe. É filho de seu pai, e ponto. Ele não tem legitimidade. O rei pelo menos tinha legitimidade pela transição", ressaltou, referindo-se ao fim da ditadura franquista, em 1975.
Naquele momento, ele "foi útil", segundo Martín. "Mas depois, não", concluiu o estudante.