As negociações foram iniciadas em novembro de 2012, após pelo menos seis meses de conversações "secretas" entre as partes, que definiram a agenda para o diálogo. Agora, à véspera da eleição, o fim do conflito armado está no centro do debate entre os candidatos. Santos tenta ser reeleito em nome da continuidade do processo, e Zuluaga, embora tenha criticado a negociação, agora não apresenta um posicionamento claro.
Inicialmente o opositor - apadrinhado do ex-presidente Álvaro Uribe, um dos maiores críticos do governo Santos e da condução do processo com as Farc - havia dito que suspenderia o processo de paz até que as Farc abandonassem as armas e deixassem atividades criminosas, como ataques à infraestrutura do país, atentados e recrutamento de crianças para o conflito.
Mas, após o resultado do primeiro turno, Zuluaga amenizou o discurso e fala na manutenção do processo de paz, com alguns "ajustes" e condições.
Uma semana após as eleições presidenciais, o cenário ainda é indefinido e as pesquisas continuam a indicar empate técnico entre os dois candidatos, algumas com ligeira vantagem para Santos, outras com melhor desempenho de Zuluaga.
A atual negociação entre as Farc e o governo é considerada o processo que "mais avançou" em direção à uma saída pacífica para o conflito de meio século. Além de "soluções para o problema das drogas ilícitas" e a promessa das Farc de se desvincularem totalmente do narcotráfico após o término do conflito, a mesa também conseguiu chegar a acordos parciais sobre a reforma agrária e a participação política da guerrilha no pós-conflito.
Ainda faltam três assuntos para discussão - a reparação das vítimas e a adoção de mecanismos de justiça transicional (anistia ou abrandamento de penas para guerrilheiros); a entrega de armas e reintegração dos integrantes das Farc e garantias para o cumprimento dos acordos celebrados, no pós-conflito..