Dois dos cinco ex-líderes do Talibã libertados da prisão de Guantánamo, trocados pelo sargento americano Bowe Bergdahl, querem voltar ao Afeganistão e participar nas negociações de paz, indicaram nesta terça-feira suas famílias à AFP.
Os cinco talibãs chegaram no domingo ao Qatar, onde vão permanecer por um ano, uma condição exigida pelos Estados Unidos na troca do soldado americano, libertado no sábado depois de cinco anos nas mãos dos insurgentes.
"Eles são obrigados a permanecer um ano no Qatar, mas depois vão voltar para casa", disse um parente que não quis ser identificar do mulá Khairullah Khairkhwa, um dos cinco libertados.
Considerado um moderado, o mulá Khairkhwa foi ministro do Interior do regime talibã (1996-2001).
De acordo com sua família, o ex-líder do Talibã quer participar no processo de paz, "mas não sob a direção do suposto Alto Conselho para a Paz", uma instância do governo afegão que o Talibã não reconhece.
Outro libertado, o mulá Norullah Noori, que dirigia a província de Balkh durante o regime talibã, também prometeu "voltar para o Afeganistão", indicou seu primo Abdullah, que como muitos afegãos usa apenas um nome.
O mulá Noori "disse que quer se reunir com o talibãs, mas para reformá-los", porque o Afeganistão "precisa de paz e trabalhará nesta linha com o Talibã", garantiu o primo.
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