Um estudo australiano culpa os gatos selvagens pela extinção de mamíferos nativos e alerta que umas 100 espécies estão sob ameaça por causa destes animais que no passado viveram nos lares dos primeiros colonos britânicos.
O Plano de Ação para Mamíferos Australianos, compilado ao longo de três anos, descobriu uma taxa mais elevada do que o conhecido na extinção de mamíferos, afirmou nesta quarta-feira o co-autor do estudo, John Woinarski, da Universidade Charles Darwin.
Woinarski disse que a taxa de extinção de mamíferos na Austrália era a mais alta do mundo, com mais de 10% das espécies - 29 da fauna de mamíferos - sendo varridos desde que os europeus colonizaram o país, dois séculos atrás.
"Pelo menos um ou provavelmente dois mamíferos australianos foram extintos na última década e, se as tendências atuais se mantiverem, muitas das 55 especies ameaçadas vão desaparecer enquanto estivermos vivos", afirmou, acrescentando que até mesmo animais antes comuns, como o coala, estavam em "sério declínio".
"Se tivéssemos que escolher uma ação-chave para conservar a biodiversidade da Austrália, esta seria o controle ou a erradicação dos gatos selvagens, que atualmente ameaçam pelo menos 100 espécies de mamíferos", acrescentou.
O estudo de 1.038 páginas, publicado esta semana, é a primeira avaliação abrangente do status de conservação de todos os mamíferos australianos.
Segundo o documento, embora os gatos selvagens sejam os principais culpados, raposas também são responsáveis por matar mamíferos.
Os gatos foram originalmente introduzidos na Austrália por imigrantes britânicos nos anos 1790, como animais domésticos. Eles também foram usados para controlar as populações de ratos nos navios em que chegavam.
"Eles viraram selvagens logo após sua introdução original na Austrália, mas levaram de 50 a 100 anos para se espalhar pelo continente", afirmou.
"Agora provavelmente haja entre 10 e 20 milhões de gatos selvagens na Austrália", concluiu.
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