Poroshenko definiu o cessar-fogo unilateral como um primeiro passo num plano de paz que mira o fim de dois meses de confrontos. Ele pediu que os insurgentes pró-Rússia deixassem suas armas e ofereceu anistia àqueles que não são acusados de crimes graves. Em ultima instância, o governo mudaria para um sistema mais descentralizado, garantindo mais autonomia para as regiões. Apesar do cessar-fogo, porém, o governo informou que responderia se fosse atacado.
Diplomatas no ocidente disseram que a esperança é que o cessar-fogo pressione Moscou a conter os separatistas, já que os russos vem sendo acusados de apoiar os rebeldes com fornecimento de armas. A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande pediram que o presidente russo Vladimir Putin ajude a implementar um cessar-fogo no leste da Ucrânia. O governo alemão elogiou neste sábado o movimento de Petro Poroshenko: "Agora é hora de encontrar uma solução política e o plano de paz do presidente ucraniano é um bom começo para isso", disse em comunicado.
A Rússia respondeu friamente ao plano, chamando-o de "um ultimato" em vez de um convite para que os rebeldes se juntem as conversas de paz. Na sexta-feira, o Kremlin confirmou que estava movendo mais tropas para fronteiras, semanas depois de trazê-las de volta a suas bases.
O Ministro da Defesa ucraniano afirmou que um ataque rebelde ocorreu uma hora depois do início do cessar-fogo, quando um grupo de insurgentes tentou penetrar o perímetro de uma base aérea na região de Donetsk e abriram fogo contra forças do governo usando armas de pequeno porte e granadas.
Líderes rebeldes em Donetsk e em Luhansk disseram que forças do governo violaram o cessar-fogo, dizendo que eles atiraram em separatistas sem motivo em diferentes momentos.
A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que 356 pessoas morreram com a violência na Ucrânia desde 7 de maio e 34 mil deixaram suas casas. A conta não inclui confrontos mais recentes e anteriores a 7 de maio.
Neste sábado, Putin ordenou que forças militares no centro da Rússia ficassem em alerta de combate e anunciou exercícios por tropas paraquedistas. O porta voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Oana Lungescu, lamentou os exercícios dizendo que "eles podem ser vistos como uma escalada da crise com a Ucrânia". Com informações da Associated Press e Dow Jones Newswires..