Jornal Estado de Minas

Justiça paquistanesa anula decisão que autorizava Musharraf a deixar o país

AFP

A Suprema Corte do Paquistão anulou nesta terça-feira a recente decisão que permitia ao ex-presidente Pervez Musharraf, julgado em vários casos, abandonar o país.

A Corte atuou a pedido do governo do primeiro-ministro, Nawaz Sharif, rival histórico de Musharraf, que pediu para não ratificar uma decisão recente que permitia ao ex-general, suspeito de querer fugir da justiça, viajar ao exterior.

A decisão, no entanto, é temporária, à espera de uma nova audiência em quatro semanas, indicou à AFP o porta-voz do tribunal, Shahid Komboh.

Musharraf, de 70 anos, segue, enquanto isso, na lista de pessoas que não podem abandonar o território paquistanês.

O ex-presidente sempre afirmou querer enfrentar os tribunais para demonstrar sua inocência nos diferentes casos nos quais está sendo julgado.

Mas pede há meses para viajar a Dubai para visitar sua mãe.

No dia 12 de junho, um tribunal de Karachi teve acesso ao pedido de Musharraf e ordenou que o governo retirasse seu nome da lista dos que não podem sair do país, na qual se encontra desde abril de 2013.

Depois de chegar ao poder por um golpe de Estado militar em 1999, no qual derrubou Sharif, já primeiro-ministro na época, Musharraf precisou abandonar o poder em 2008. Se exilou durante cinco anos e voltou ao Paquistão no início de 2013 com a ambição de retornar à política, mas começaram os problemas judiciais.

Em abril foi acusado de alta traição. A justiça também tenta determinar, entre outros, o papel que pode ter desempenhado no assassinato de sua rival Benazir Bhutto em 2007.

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