Israel retomou nesta terça-feira os bombardeios contra a Faixa de Gaza, depois de uma breve trégua, e anunciou que vai intensificar seus ataques, após o registro da primeira vítima israelense neste conflito que já matou cerca de 200 palestinos.
"Uma solução diplomática teria sido melhor, é o que tentávamos fazer quando aceitamos a proposta de trégua hoje, mas o Hamas não nos deixa outra opção a não ser expandir e intensificar nossa campanha", afirmou.
Um porta-voz dos serviços de emergência israelense declarou à AFP que o homem de 38 anos estava entregando comida a soldados que atuam na região. Na Faixa de Gaza, dois homens de 24 e 77 anos morreram nos últimos ataques israelenses, elevando a 194 o número de palestinos mortos.
Seis horas depois de ter aceitado uma trégua a partir das 06h00 GMT (03h00 de Brasília), Israel retomou seus bombardeios contra Gaza em resposta às dezenas de disparos de foguetes, indicou o porta-voz do Exército, Peter Lerner.
Uma série de bombardeios atingiu o território palestino. Segundo os serviços de resgate em Gaza, pelo menos dez pessoas ficaram feridas. Mais de trinta foguetes foram disparados desde as 06h00 GMT (03h00 de Brasília) a partir do enclave palestino, segundo o Exército.
Um ataque aéreo foi dirigido contra a cidade de Khan Yunes, no sul do enclave, e outro contra o bairro de Zeitun, no leste da Cidade de Gaza.
Libertação de presos
O Hamas, que diz ter tomado conhecimento do plano do Egito através da imprensa, rejeitou qualquer trégua que não inclua um acordo completo sobre o conflito. O movimento islamita exige o fim dos bombardeios e do bloqueio a Gaza, a abertura do posto fronteiriço de Rafah com o Egito e a libertação de presos que voltaram a ser detidos depois de sua libertação em virtude de um acordo de troca por um soldado israelense em 2011.
"Descartamos uma trégua sem alcançar um acordo. Em tempos de guerra não se faz uma trégua para depois negociar", declarou à AFP Fawzi Barhum, um porta-voz do Hamas.
No entanto, a direção política do movimento islamita parecia dividida. O número dois do movimento, Mua Abu Marzuk, que vive no Cairo, afirmou em sua página no Facebook que as consultas prosseguiam.
Diante da piora da situação em Gaza, as movimentações diplomáticas se intensificavam nesta terça-feira. O secretário americano de Estado, John Kerry, pediu que o Hamas aceite a proposta egípcia de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza.
"A proposta egípcia de cessar-fogo e as negociações dão a oportunidade de acabar com a violência e restabelecer a calma", declarou Kerry.
A imprensa egípcia anuncia a chegada de Kerry ao Cairo nesta terça-feira, mas a visita não foi confirmada.
Abbas no Cairo
O presidente palestino, Mahmud Abbas, convocou as duas partes a um cessar-fogo. Está previsto que o presidente viaje à Turquia, um aliado do Hamas, e depois ao Egito para abordar a situação de Gaza, segundo fontes palestinas.O primeiro-ministro islâmico conservador turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel de ter cometido um ato de terrorismo de Estado e ter massacrado a população civil.
O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, iniciou nesta terça uma breve visita a Israel e à Cisjordânia, onde se reunirá com Abbas. A ministra italiana das Relações Exteriores, Federica Mogherini, também chegou a Israel.
A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) lamentou a destruição de casas na Faixa de Gaza.
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