Jornal Estado de Minas

Míssil que atingiu avião foi disparado de área rebelde da Ucrânia, diz Obama

Obama afirmou que disparo feito contra aeronave partiu de região dominada por separatistas pró-Rússia

AFP

Presidente dos Estados Unidos pediu que a investigação sobre a queda seja feita de forma "rápida" e "sem obstáculos" - Foto: REUTERS/Larry Downing

O presidente americano, Barack Obama, declarou nesta sexta-feira que um míssil disparado de um território controlado pelos rebeldes na Ucrânia derrubou o avião malaio e confirmou que um americano estava entre as vítimas. "Suas mortes são uma atrocidade de proporções indescritíveis", declarou Obama à imprensa enquanto pressionava por uma investigação internacional.

 

O presidente americano pediu uma investigação "rápida" e "sem obstáculos" durante uma conversa por telefone com Mark Rutte, primeiro-ministro da Holanda, de onde procediam 154 passageiros que viajavam no avião da Malaysia Airlines.

 

"Suas mortes são uma atrocidade de proporções indescritíveis", declarou Obama aos jornalistas. "As evidências indicam que o avião foi abatido por um míssil terra-ar, que foi lançado a partir de uma área controlada por separatistas apoiados por russos no interior da Ucrânia", disse o presidente americano. Embora Obama tenha afirmado que aguarda o quadro geral da situação, lembrou que os rebeldes pró-russos já abateram no passado uma aeronave ucraniana.


O presidente, que no início da semana anunciou um aumento das sanções contra a Rússia devido ao conflito, pediu que o presidente russo, Vladimir Putin "tome o caminho que resultaria em paz na Ucrânia". "Acho que é importante reconhecer que este evento chocante lembrou que este é o momento para restaurar a paz e a segurança na Ucrânia", disse Obama.

 

O avião malaio que caiu no leste da Ucrânia com 298 pessoas a bordo provavelmente foi derrubado por um míssil terra-ar lançado de uma zona ocupada pelos separatistas pró-russos, afirmou nesta sexta-feira a embaixadora americana na ONU.


A diplomata Samantha Power, que falava ante o Conselho de Segurança reunido de emergência, mencionou que o míssil seria um Buk do tipo SA-11.


Ela recordou que na manhã de quinta-feira foram encontrados separatistas pró-russos com este tipo de sistema de defesa antiaérea perto do local onde o avião caiu.


O embaixador britânico, Mark Lyall Grant, disse mais cedo que há indícios que mostram que o avião foi abatido por um míssil terra-ar.


"Os Estados Unidos não têm conhecimento da presença de um sistema de mísseis SAM (míssil terra-ar) ucraniano na zona", acrescentou Power, ao recordar que desde o início do conflito a defesa antiaérea ucraniana não lançou mísseis.


Segundo Power, diante da complexidade técnica do sistema de mísseis nas mãos dos separatistas pró-russos, os Estados Unidos "não descartam assistência técnica por parte dos russos" aos rebeldes.


Se os separatistas realmente lançaram o míssil, comentou, "eles mesmos e os que os apoiam teriam boas razões para esconder as provas de seu crime".


Por sua vez, um primeiro relatório da inteligência americana sugere que os separatistas pró-russos derrubaram o avião na quinta-feira.


"Temos indícios (de que os separatistas derrubaram o avião), mas não temos uma conclusão final", afirmou um funcionário que pediu o anonimato à AFP.


Power exigiu a abertura imediata de uma investigação internacional e pediu que Kiev e os separatistas coloquem fim aos ataques para "facilitar o acesso" ao local onde o avião caiu.


Segundo a embaixadora, Moscou deve pressionar os separatistas "e tomar medidas concretas de urgência para reduzir a tensão na Ucrânia".


Grã-Bretanha e Estados Unidos disseram que a tragédia deve servir como chamado de atenção à Rússia para que deixe de apoiar e equipar os rebeldes do leste da Ucrânia.

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