Pouco mais de 24 horas após a tragédia na Ucrânia o mundo começa a conhecer quem eram as 298 pessoas a bordo do voo MH-17 da Malaysia Airlines, que caiu perto da fronteira do país com a Rússia. Das 298 vítimas, 189 eram holandesas, 27 australianas, 44 malaios, 12 indonésios, nove britânicos, 4 alemães, 4 belgas, 3 filipinos e 1 canadense.
O avião deixou Amsterdã, na Holanda, com destino a Kuala Lumpur, capital da Malásia, mas muitos de seus passageiros tinham outros destinos finais. Os britânicos John Alder and Liam Sweeney iriam fazer escala na Malásia e seguir posteriormente para a Nova Zelândia, onde o time de futebol inglês Newcastle United fará sua pré-temporada. Segundo o site NUFC.com de torcedores da equipe, os dois eram fãs assíduos e conhecidos por acompanhar o time em jogos fora de casa. Em respeito e homenagem a eles, o Newcastle irá jogar com faixas pretas nos jogos a serem disputados na Nova Zelândia e em um jogo pelo campeonato inglês, em agosto.
Um grupo com mais de 100 pesquisadores ia para a 20ª Conferência Mundial de Aids, em Melbourne, na Austrália. Entre os mortos está Joseph Lange, um dos cientistas mais reconhecidos da área no mundo. Também a caminho da conferência estava o ex-jornalista da BBC e assessor de imprensa da Organização Mundial de Saúde (OMS), Thomas Glenn.
A Holanda foi o país que mais sofreu com a tragédia. Entre os mais notórios estava o senador Willem Witteveen, que cumpria mandado desde janeiro de 2013. A Casa legislativa holandesa informou que Witteveen já havia atuado como senador anteriormente entre 1999 e 2007. O Senado não soube informar o motivo da viagem. Ele deixa dois filhos e uma esposa.
Nas redes sociais não param de aparecer mensagens postadas pelas vítimas antes do desastre ou homenagens. Entre as que chamaram a atenção está o post do holandês Cor Pan, que viajava com a namorada Neeljte Tol. Minutos antes do embarque, ele colocou uma foto do avião no Facebook com a legenda “se o meu avião para a Malásia desaparecer, é assim que ele se parece” - em referência ao voo MH-370, que sumiu sem deixar rastros entre Kuala Lumpur e Pequim. Até o meio da tarde desta sexta-feira, a publicação teve mais de 26 mil compartilhamentos.
Outro holandês que estava entre as vítimas era o jovem Regis Crolla, de Amsterdã. Horas antes do voo decolar, o rapaz publicou em suas contas em redes sociais fotos e mensagens expondo a alegria e empolgação com a viagem para Bali. “Tão animado! Adiós amigos”, foi a legenda de uma foto de seu passaporte e passagens aéreas, no Instagram. A publicação foi favoritada mais de 24 mil vezes.
Outra família que estava no avião é a da proprietária de dois conhecidos restaurantes chineses de Roterdã, Jenny Loh, de 54 anos. Ela viajava com sua mãe e seu marido, Shun Po Fan, um chef de 60 anos. Seu único filho, Kevin, recebeu parentesna noite de quinta-feira em um dos restaurantes, o Dim Daily. "Tenho que ser forte por minha família", disse citado pelo jornal Algemeen Dagblad. Jenny Loh vivia na Holanda há décadas e seus restaurantes receberam boas críticas culinárias.