A estudante belo-horizontina Maya Aronis, de 18 anos, deixou seu trabalho voluntário na cidade de Beer Shevá, no Sul de Israel, a 42 quilômetros da Faixa de Gaza, depois que autoridades israelenses alertaram sobre a falta de segurança no trajeto entre o kibutz em que ela estava acampada e o local de trabalho. Integrante do movimento juvenil Habonim Dror, a mineira teve seus planos alterados quando sirenes avisando sobre o lançamento de foguetes se tornaram mais frequentes. “Disseram que era uma exigência de segurança, que todos estivessem a 30 segundos de um abrigo antibomba. Portanto, não podíamos trabalhar porque o caminho não era protegido. Nos tiraram de Beer Shevá e nos trouxeram para um kibutz no Norte”, conta Maya.
O acirramento do conflito entre Israel e o Hamas já deixou pelo menos 342 palestinos e quatro israelenses mortos. Do lado palestino, a maior parte das vítimas era de civis, incluindo dezenas de crianças. A troca de ataques entre os militantes do Hamas e o Exército israelense mudou a rotina de brasileiros que moram no Estado hebreu. Quanto mais próximo da Faixa de Gaza, maiores os transtornos no dia a dia das cidades israelenses, mesmo com a proteção do avançado sistema antimísseis, chamado Domo de Ferro. Mas, como até Telavive e Haifa – cidades localizadas a 71km e 155km da Faixa de Gaza – têm sido alvos dos foguetes disparados pelo Hamas, os mineiros relatam momentos de apreensão diante das ameaças de se tornarem vítimas da violência.
A mineira continuará no Norte de Israel até que a situação melhore nas proximidades de Gaza. Junto com um grupo de vinte brasileiros e outros jovens sul-americanos, Maya espera concluir seu trabalho na região e que nos próximos meses o conflito termine para que o grupo retorne para o kibutz no Sul do país. “Não penso em voltar agora para o Brasil, mas o clima de tensão é bastante desgastante, principalmente pelo fato de que tivemos que largar nossa vida no Sul e nos adaptar em outra região, mas isso também faz, infelizmente, parte da vida israelense”, conta a estudante.
Outra estudante mineira, Bruna Cartum, também participa do mesmo programa e lembra momentos de alta tensão quando começaram as primeiras sirenes e foguetes antes de se transferir para o Norte. “Presenciei dois bombardeios até que nos tiraram de lá. O primeiro foi em casa, eu e meus amigos estávamos assistindo a um filme quando as sirenes tocaram, seguimos todas as normas com calma e tranquilidade. O míssil foi interceptado bem perto da minha casa, a porta tremeu muito com a explosão, mas nos mantivemos tranquilos”, lembra Bruna. Desde terça-feira da semana passada, ela foi transferida de região e aguarda o fim do conflito para retomar a normalidade.
“NÃO HÁ VENCEDORES”
A designer gráfico belo-horizontina Rosane Gruberger, de 39 anos, que mora na Região Central de Israel, na cidade de Tayibe, tem sofrido menos os transtornos causados pela retomada dos ataques entre judeus e palestinos. “Daqui sentimos muito pouco o conflito comparado aos habitantes da Região Sul e próximos ao perímetro de Gaza. Existem abrigos seguros espalhados pela cidade, assim que ouvimos a sirene, temos um minuto e meio para chegar até lá”, explica. A judia, casada com um israelense ateu de família muçulmana, avalia que os impactos são negativos também na economia da região. “Todos saem perdendo, não há vencedores”, diz Rosane.
Ela tem conversado muito com seus dois filhos sobre a situação de crise entre os dois povos. “Preocupamos em acalmá-los e mostrar que os palestinos estão sofrendo da mesma forma ou ainda mais. E que a guerra não é a solução. Em Israel vivem judeus, árabes de origem cristã e muçulmana, ateus, beduínos, drusos, todos sofrem da mesma forma com o conflito”, relata Rosane. A mineira espera que o clima de paz seja retomado rapidamente e não planeja deixar seu trabalho por causa do conflito. “A princípio não penso em voltar ao Brasil, apesar da tensão, mas no momento que sentir ameaça à vida de meus filhos, não há dúvidas que voltaria. Não há ideologia política que valha a vida de meus filhos”, afirma.
O acirramento do conflito entre Israel e o Hamas já deixou pelo menos 342 palestinos e quatro israelenses mortos. Do lado palestino, a maior parte das vítimas era de civis, incluindo dezenas de crianças. A troca de ataques entre os militantes do Hamas e o Exército israelense mudou a rotina de brasileiros que moram no Estado hebreu. Quanto mais próximo da Faixa de Gaza, maiores os transtornos no dia a dia das cidades israelenses, mesmo com a proteção do avançado sistema antimísseis, chamado Domo de Ferro. Mas, como até Telavive e Haifa – cidades localizadas a 71km e 155km da Faixa de Gaza – têm sido alvos dos foguetes disparados pelo Hamas, os mineiros relatam momentos de apreensão diante das ameaças de se tornarem vítimas da violência.
A mineira continuará no Norte de Israel até que a situação melhore nas proximidades de Gaza. Junto com um grupo de vinte brasileiros e outros jovens sul-americanos, Maya espera concluir seu trabalho na região e que nos próximos meses o conflito termine para que o grupo retorne para o kibutz no Sul do país. “Não penso em voltar agora para o Brasil, mas o clima de tensão é bastante desgastante, principalmente pelo fato de que tivemos que largar nossa vida no Sul e nos adaptar em outra região, mas isso também faz, infelizmente, parte da vida israelense”, conta a estudante.
Outra estudante mineira, Bruna Cartum, também participa do mesmo programa e lembra momentos de alta tensão quando começaram as primeiras sirenes e foguetes antes de se transferir para o Norte. “Presenciei dois bombardeios até que nos tiraram de lá. O primeiro foi em casa, eu e meus amigos estávamos assistindo a um filme quando as sirenes tocaram, seguimos todas as normas com calma e tranquilidade. O míssil foi interceptado bem perto da minha casa, a porta tremeu muito com a explosão, mas nos mantivemos tranquilos”, lembra Bruna. Desde terça-feira da semana passada, ela foi transferida de região e aguarda o fim do conflito para retomar a normalidade.
“NÃO HÁ VENCEDORES”
A designer gráfico belo-horizontina Rosane Gruberger, de 39 anos, que mora na Região Central de Israel, na cidade de Tayibe, tem sofrido menos os transtornos causados pela retomada dos ataques entre judeus e palestinos. “Daqui sentimos muito pouco o conflito comparado aos habitantes da Região Sul e próximos ao perímetro de Gaza. Existem abrigos seguros espalhados pela cidade, assim que ouvimos a sirene, temos um minuto e meio para chegar até lá”, explica. A judia, casada com um israelense ateu de família muçulmana, avalia que os impactos são negativos também na economia da região. “Todos saem perdendo, não há vencedores”, diz Rosane.
Ela tem conversado muito com seus dois filhos sobre a situação de crise entre os dois povos. “Preocupamos em acalmá-los e mostrar que os palestinos estão sofrendo da mesma forma ou ainda mais. E que a guerra não é a solução. Em Israel vivem judeus, árabes de origem cristã e muçulmana, ateus, beduínos, drusos, todos sofrem da mesma forma com o conflito”, relata Rosane. A mineira espera que o clima de paz seja retomado rapidamente e não planeja deixar seu trabalho por causa do conflito. “A princípio não penso em voltar ao Brasil, apesar da tensão, mas no momento que sentir ameaça à vida de meus filhos, não há dúvidas que voltaria. Não há ideologia política que valha a vida de meus filhos”, afirma.