O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ordenou que suas tropas interrompam suas operações ao redor do local onde o avião da Malaysia Airlines foi derrubado no leste da Ucrânia, informou a agência Interfax.
"Dei a ordem: em um raio de 40 km do local da tragédia os militares ucranianos devem interromper suas operações e se abster de abrir fogo", declarou Porosheko durante uma visita nesta segunda-feira ao embaixador da Malásia em Kiev. No entanto, esta decisão não envolve Donetsk, que se encontra a 60 km do local da tragédia.
O leste da Ucrânia vive há mais de três meses um conflito armado entre separatistas pró-russos e as autoridades de Kiev, que acusam Moscou de apoiar os insurgentes.
''Ocidentais culpam a Rússia'', diz imprensa pró-Kremlin
A imprensa russa favorável ao Kremlin estimou nesta segunda-feira que as verdadeiras causas da queda do avião malaio no leste da Ucrânia nunca serão conhecidas e criticou os Ocidentais por culpar a Rússia do acidente.
"A imprensa ocidental já sabe quem é responsável pela queda do avião. Claramente, trata-se da Rússia", escreve o jornal popular Komsomolskaia Pravda, que acusa os ocidentais de tirar conclusões antes mesmo do início da investigação.
"Os culpados já têm nome", afirma o jornal de grande tiragem Moskovski Komsomolets, que lembra que os Estados Unidos já mentiram quando acusaram o ditador iraquiano Saddam Hussein de possuir armas de destruição em massa. "É difícil dizer se será possível distinguir a verdade da mentira neste maravilhoso novo mundo da informação", acrescentou o jornal.
O jornal oficial Rossiskaia Gazeta culpa, por sua vez, as autoridades de Kiev, acusadas por ele de se negar a cooperar com Moscou. "Kiev não tem pressa em responder as '10 perguntas' sobre o Boeing", escreve em referência a uma série de perguntas divulgadas pelo ministério russo da Defesa e dirigidas às autoridades ucranianas.
"A catástrofe não é apenas no céu, mas também nas relações entre Rússia e o Ocidente", estima também o Nezavissimaia Gazeta.