O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, anunciou na manhã de terça-feira (horário local) que os rebeldes concordaram em entregar os corpos dos passageiros e tripulantes do avião MH17, além dos registros de voo a representantes malaios e holandeses na Ucrânia.
A transferência das chamadas caixas pretas foi marcada para acontecer por volta das 21h desta segunda-feira (horário local, 15h em Brasília) em Donetsk, de acordo com um acordo negociado entre Najib e Alexander Borodai, líder rebelde no leste ucraniano.
Pelo acordo, um grupo internacional terá total acesso para investigar o local da queda da aeronave. Najib disse ter conversado pessoalmente com Borodai na noite de segunda-feira (horário de Kuala Lumpur).
"Ainda há trabalho a ser feito, trabalho que depende na contínua comunicação e na boa fé", disse o primeiro-ministro em breve comunicado transmitido pela televisão. "Borodai e sua organização têm dado, até agora, sua cooperação."
Najib disse que a Malásia vinha trabalhando nos bastidores para estabelecer contato com aqueles que controlam o local onde o Boeing 77 caiu. Ele afirmou que foi difícil não usar termos duros a respeito do acidente, mas que se conteve para não prejudicar as negociações.
"Nos últimos dias, houve momentos em que eu senti que deveria dar mais voz à raiva e à dor que o povo malaio sofre e que eu sinto", disse ele. "Mas, às vezes, temos de trabalhar em silêncio a serviço de um resultado melhor."
A mãe do padrasto ou madrasta de Najib estava no avião.
As questões mais importantes são assegurar provas vitais do avião, o lançamento de uma investigação independente e a recuperação dos restos mortais dos ocupantes da aeronave, disse ele. "Nesta noite, estabelecemos as base de um acordo para fazermos tudo isso", afirmou o premiê.
Najib disse que os restos mortais dos 282 passageiros e dos tripulantes, atualmente em Torez, serão transferidos para representantes holandeses. Os corpos serão então enviados de avião para Amsterdã, onde serão identificados e devolvidos para os familiares.
"Investigadores internacionais independentes terão garantidos acesso seguro ao local do acidente para iniciar uma ampla investigação do incidente", declarou o primeiro-ministro, que pediu que todos os envolvidos obedeçam o acordo.