Os ministros das Relações Exteriores de Estados Unidos, Catar, Turquia e de vários países europeus se reuniram neste sábado em Paris, a convite do chanceler francês, para tentar fazer perdurar o cessar-fogo mantido por Israel e pelo movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza. "A reunião foi positiva, permitiu chegar a orientações comuns para a ação internacional em favor de um cessar-fogo em Gaza. Todos pedimos às partes uma prolongação do cessar-fogo humanitário em vigor. Todos queremos obter o mais rápido possível um cessar-fogo durável", segundo a declaração lida pelo chanceler francês, Laurent Fabius, ao fim da reunião.
Participaram o secretário de Estado americano, John Kerry, e seus colegas turco, catariano, britânico, alemão e italiano, assim como um funcionário de alto escalão da União Europeia, que representa a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, segundo um diplomata francês. Neste encontro, denominado "reunião internacional de apoio ao cessar-fogo humanitário em Gaza", não participam Israel, os palestinos e o Egito, que tenta mediar o conflito.
"Comemoramos a entrada em vigor de um cessar-fogo, embora temporário, graças aos nossos esforços mútuos destinados a colocar fim à tragédia humanitária em Gaza", declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, em sua conta no Twitter. "Se Israel tivesse aceitado a proposta de cessar-fogo que nós preparamos com o Catar, estaríamos negociando um cessar-fogo muito mais durável. Mas a atitude de Israel demonstra que não é sincero em seus esforços de paz", acrescentou.
Seu colega alemão, Frank-Walter Steinmeier, declarou que esta reunião não tem por objetivo buscar "os responsáveis por esta nova escalada" de violência, mas "alcançar uma posição comum segundo a qual é necessário fazer as mortes pararem". Em uma coletiva de imprensa divulgada antes do início da reunião, Steinmeier expressou a esperança de que a trégua humanitária termine "em um cessar-fogo durável".
Ao ser perguntado pela AFP se os egípcios foram convidados, um funcionário de alto escalão americano que pediu o anonimato respondeu: "Não, porque os vimos ontem", sexta-feira. "A reunião é feita em apoio à iniciativa e à mediação egípcia. O Egito está estreitamente associado a ela" e foi organizada em acordo com este país, indicou à AFP o porta-voz da chancelaria francesa, Romain Nadal.
Sob a pressão dos Estados Unidos e do Egito, Israel e o movimento Hamas aceitaram respeitar neste sábado uma trégua de doze horas. Mais de 900 palestinos morreram e 6.000 ficaram feridos, em sua maioria civis, na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelense, no dia 8 de julho, segundo os serviços de socorro locais.
Do lado israelense, 37 soldados morreram em combate na Faixa de Gaza e em seus arredores, e dois civis por foguetes lançados por palestinos. Um morteiro também matou um trabalhador agrícola tailandês.
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