Jornal Estado de Minas

Reunião de Paris pede que cessar-fogo em Gaza seja prolongado

Ministros das Relações Exteriores de Estados Unidos, Catar, Turquia e de vários países europeus se reuniram neste sábado em Paris para tentar fazer perdurar a trégua mantida por Israel e pelo movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza

AFP

Mais de 900 palestinos morreram e 6.000 ficaram feridos, em sua maioria civis, desde o início da ofensiva, no dia 8 de julho. Do lado israelense, 37 soldados morreram em combate. Em imagem registrada neste sábado, ainda é possível ver a fumaça em distrito ao norte de Gaza - Foto: AFP PHOTO/MARCO LONGARI


Os ministros das Relações Exteriores de Estados Unidos, Catar, Turquia e de vários países europeus se reuniram neste sábado em Paris, a convite do chanceler francês, para tentar fazer perdurar o cessar-fogo mantido por Israel e pelo movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza. "A reunião foi positiva, permitiu chegar a orientações comuns para a ação internacional em favor de um cessar-fogo em Gaza. Todos pedimos às partes uma prolongação do cessar-fogo humanitário em vigor. Todos queremos obter o mais rápido possível um cessar-fogo durável", segundo a declaração lida pelo chanceler francês, Laurent Fabius, ao fim da reunião.

Participaram o secretário de Estado americano, John Kerry, e seus colegas turco, catariano, britânico, alemão e italiano, assim como um funcionário de alto escalão da União Europeia, que representa a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, segundo um diplomata francês. Neste encontro, denominado "reunião internacional de apoio ao cessar-fogo humanitário em Gaza", não participam Israel, os palestinos e o Egito, que tenta mediar o conflito.

"Comemoramos a entrada em vigor de um cessar-fogo, embora temporário, graças aos nossos esforços mútuos destinados a colocar fim à tragédia humanitária em Gaza", declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, em sua conta no Twitter. "Se Israel tivesse aceitado a proposta de cessar-fogo que nós preparamos com o Catar, estaríamos negociando um cessar-fogo muito mais durável. Mas a atitude de Israel demonstra que não é sincero em seus esforços de paz", acrescentou.

Seu colega alemão, Frank-Walter Steinmeier, declarou que esta reunião não tem por objetivo buscar "os responsáveis por esta nova escalada" de violência, mas "alcançar uma posição comum segundo a qual é necessário fazer as mortes pararem". Em uma coletiva de imprensa divulgada antes do início da reunião, Steinmeier expressou a esperança de que a trégua humanitária termine "em um cessar-fogo durável".

"O elemento principal é como podemos convencer o Hamas que a Faixa de Gaza não pode seguir servindo ao armazenamento de armas por parte do Hamas ou de seu braço armado", disse.

Ao ser perguntado pela AFP se os egípcios foram convidados, um funcionário de alto escalão americano que pediu o anonimato respondeu: "Não, porque os vimos ontem", sexta-feira. "A reunião é feita em apoio à iniciativa e à mediação egípcia. O Egito está estreitamente associado a ela" e foi organizada em acordo com este país, indicou à AFP o porta-voz da chancelaria francesa, Romain Nadal.

Sob a pressão dos Estados Unidos e do Egito, Israel e o movimento Hamas aceitaram respeitar neste sábado uma trégua de doze horas. Mais de 900 palestinos morreram e 6.000 ficaram feridos, em sua maioria civis, na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelense, no dia 8 de julho, segundo os serviços de socorro locais.

Do lado israelense, 37 soldados morreram em combate na Faixa de Gaza e em seus arredores, e dois civis por foguetes lançados por palestinos. Um morteiro também matou um trabalhador agrícola tailandês.

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