Autoridades da cidade de Ferguson, no Missouri, pediram que os moradores fiquem em suas casas na noite desta terça-feira para "permitir que a paz se instale" e prometeram se reconectar com a comunidade predominantemente negra do subúrbio de St. Louis. A morte de um jovem negro de 18 anos desarmado por um tiro de um policial branco tem motivado confrontos na cidade entre manifestantes e forças de segurança.
De acordo com depoimento do governo do município, autoridades têm estudado como aumentar o número de afro-americanos inscritos nas academias de polícia e como captar recursos para instalar câmeras nos carros de patrulha e nos uniformes policiais. "Nós planejamos aprender com esta tragédia", dizem as autoridades em nota.
O advogado da família de Michael Brown, o jovem negro morto pelo policial, informou que o funeral e o serviço memorial ocorreriam na segunda-feira, mas que a hora e o local não estavam definidos.
Uma multidão se reuniu na tarde desta terça-feira em uma região próxima a St. Louis após policiais matarem um homem que portava uma faca, suspeito de roubar uma loja. O chefe de polícia Sam Dotson afirmou que o suspeito agiu de forma errática e disse para os policiais: "atirem em mim agora, me matem agora".
Na noite da segunda-feira, mais um protesto encheu as ruas de Ferguson e policiais dispersaram a multidão com bombas de efeito moral. Segundo o capitão Ron Johnson, da patrulha rodoviária do Missouri, garrafas e coquetéis molotov foram arremessados da população contra os policiais. A polícia atirou em ao menos duas pessoas e outras 31 foram detidas. O capitão não tinha informações sobre o estado de saúde dos atingidos por disparos.
Um fotógrafo da agência Getty Images foi preso enquanto cobria a manifestação e liberado horas mais tarde. Dois repórteres alemães também foram detidos, por três horas.
Um julgamento poderia ter início nesta quarta-feira para determinar se o policial Darren Wilson deveria ser responsabilizado pela morte de Brown, afirmou o porta-voz da procuradoria de St. Louis, Ed Magee. O procurador-geral, Eric Holder deve viajar à região na próxima semana para se encontrar com o FBI e outras autoridades responsáveis pela investigação do caso. Fonte: Associated Press.