O país mais afetado pelo vírus do Ebola até agora, a Libéria, já soma 576 vítimas fatais da doença, conforme informou nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS). A OMS teme que o saldo real de mortes seja ainda maior, já que muitas pessoas com os sintomas podem estar passando despercebidas pela vigilância do governo. As novas clínicas de tratamento que foram abertas no país, nas duas últimas semanas, já estão sobrecarregadas de pacientes com suspeita do vírus.
A morte elevou as tensões em West Point, que já estava em situação delicada. No fim de semana passado, moradores da comunidade saquearam uma clínica para tratamento do Ebola na região, depois de terem percebido que pacientes de outras partes da cidade estavam se tratando no local. Eles fugiram com materiais hospitalares, incluindo colchões com sangue.
Com medo da disseminação do vírus, países da África ocidental continuam a impor algumas restrições nas fronteiras com os principais países afetados, como Guiné e Serra Leoa, além da própria Libéria. As medidas vão de encontro às recomendações da OMS, que tem pedido aos governos que evitem tomar esse tipo de medida.
Nesta sexta-feira, o Gabão anunciou que está barrando todos os voos e embarcações que venham de países atingidos pelo Ebola. O Senegal anunciou também, na quinta-feira, que estava fechando suas fronteiras aéreas com a Guiné, Serra Leoa e Libéria, com extensão para as terras no caso de Guiné. A África do Sul disse na quinta-feira que estava adotando algumas proibições para estrangeiros que estejam viajando com origem em algum destes países, a não ser que a viagem seja considerada muito importante. No início da semana, Camarões impôs barreiras de voos com a Nigéria.
Na manhã desta sexta-feira, autoridades de saúde da Irlanda relataram que um padre irlandês morto na África poderia ter sido vítima do Ebola, no entanto, exames realizados com os restos mortais, em Dublin, provaram que o homem, identificado como Adrian Gavigan, não chegou a ser contaminado pelo vírus.