Valentina Melnikova, presidente do Comitê de Mães de Soldados, a principal organização que representa as famílias dos militares, disse acreditar que atualmente há entre 7 mil e 8 mil soldados russos na Ucrânia. Estes cálculos se baseiam nas informações fornecidas pelas famílias cujos parentes foram enviados a realizar manobras e depois ficaram incomunicáveis. Mas suas estimativas pessoais elevam o número a "entre 10 mil e 15 mil soldados russos enviados" à Ucrânia nos últimos dois meses. "Infelizmente, acredito que estou no caminho certo", declarou à AFP.
"Os comandantes militares estão dirigindo uma operação especial secreta", afirmou Melnikova, membro do conselho público do Ministério da Defesa. Os grupos de defesa dos direitos humanos consideram que as autoridades de Moscou impuseram um apagão virtual sobre qualquer informação relacionada à mobilização de soldados.
O Comitê de Mães de Soldados e Cidadãos e Exército, outro grupo que representa os militares, disse que até o momento não possui nenhuma lista de baixas confirmadas oficialmente. Mas segundo a informação fornecida pelos próprios soldados ou por suas famílias, os defensores dos direitos humanos calculam que ao menos 200 efetivos podem ter morrido na Ucrânia.
Segundo o chefe do Cidadãos e Exército, Sergei Krivenko, e a líder da Mães de Soldados em São Petersburgo, Ella Polyakova, também integrante do conselho assessor em direitos humanos do presidente russo, Vladimir Putin, 100 soldados da brigada de infantaria número 19 teriam morrido na Ucrânia.
Por sua vez, o deputado da oposição Lev Shlosberg disse no sábado à AFP que 100 paraquedistas da cidade de Pskov morreram na ex-república soviética. A Otan calcula que mais de mil soldados russos estão na Ucrânia..