Jornal Estado de Minas

Políticos de Israel questionam decisão de desapropiar terras palestinas

AFP

Dois ministros israelenses se somaram às críticas internacionais contra a desapropriação por Israel de 400 hectares de terras na Cisjordânia.

"Esta decisão prejudica o Estado de Israel", declarou o ministro das Finanças, Yair Lapid.

Depois da recente guerra em Gaza, "já é complicado manter o apoio da comunidade internacional, então qual é a pressa de causar uma crise com os Estados Unidos e o resto do mundo?", questionou Lapid durante uma conferência econômica.

A ministra da Justiça, Tzipi Livni, já havia afirmado na véspera que a desapropriação "enfraquece Israel e afeta sua segurança".

Além disso, Livni teme que prejudique as relações com os Estados Unidos, já algo tensas.

Os Estados Unidos já pediram a Israel que revejam seu mais recente plano de desapropriar terras palestinas.

"Este anúncio, como qualquer outro feito por Israel sobre assentamentos, os planos que aprova e as autorizações de construção que emite, é contraproducente para o objetivo declarado de Israel de obter uma solução negociada de dois estados com os palestinos", afirmou um alto funcionário do departamento de Estado.

Em compensação, o ministro da Economia, Naftali Bennett, chefe do partido nacionalista religioso Lar Judeu, justificou a medida.

"Há 120 anos que o mundo se opõe a nossas construções, mas continuaremos fazendo isso. O movimento islamita Hamas mata. Nós construímos", afirmou.

A comunidade internacional considera ilegais as colônias em território ocupado.

O exército israelense anunciou no domingo que expropriará 400 hectares do território palestino da Cisjordânia, no setor de Belém (sul).

"Seguindo as instruções do poder político (...) 400 dunams em Gevaot são declarados terras do Estado", disse o exército, acrescentando que as partes afetadas têm 45 dias para apelar, sem dar mais explicações.

Trata-se de uma decisão sem precedentes desde os anos 1980 por sua envergadura, reagiu alarmada a organização A Paz Agora, contrária à colonização nos territórios ocupados.

A Paz Agora considera o anúncio como "a prova de que o primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu segue criando obstáculos ao projeto de dois Estados (israelense e palestino) e promovendo uma solução que consiste em apenas um Estado".

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