O documento de 26 páginas se soma à crescente quantidade de evidências recolhidas pela organização que destacam o campo de ação e a extensão dos crimes cometidos pelo Estado Islâmico desde o início de sua ofensiva, a partir da Síria, até o vizinho Iraque, em junho. Os militantes tomaram a maior parte do norte e oeste do Iraque, estendendo-se numa faixa que chega até as proximidades da capital iraquiana, Bagdá.
Na segunda-feira, o organismo de direitos humanos da Organização das Nações Unidas aprovou um pedido do Iraque para a abertura de uma investigação sobre supostos crimes de guerra cometidos pelo Estado Islâmico contra civis. O objetivo é fornecer ao Conselho de Direitos Humanos um relatório com evidências que possam lançar mais luz sobre as atrocidades cometidas no Iraque e usá-las como parte de qualquer processo internacional sobre crimes de guerra.
No relatório, a Anistia detalha como combatentes do grupo Estado Islâmico expulsaram cristãos, xiitas, yazidis e outros grupos de suas casas. Foram documentados vários casos nos quais os militantes reuniram homens e meninos yazidis e os mataram, após invadir suas terras ancestrais no extremo norte do Iraque. O documento também diz que o grupo sequestrou centenas de mulheres e crianças yazidis, a maioria ainda desaparecida.
"Os massacres e sequestros realizados pelo Estado Islâmico fornecem novas evidências de que uma onda de limpeza étnica contra minorias está varrendo o norte do Iraque", disse Donatella Rovera, investigadora da Anistia. Não está claro quantos homens e meninos foram mortos.
Mahma Khalil, integrante do Legislativo da etnia yazidi, pediu ao governo iraquiano e à comunidade internacional que ajude urgentemente os yazidis que ainda enfrentam "contínuas atrocidades" cometidas pelos extremistas. "Eles se esforçam para nos obrigar a abandonar nossa religião. Nós rejeitamos isso porque é a fé mais antiga do Iraque, que têm suas raízes na Mesopotâmia", afirmou Khalil. Fonte: Associated Press..