Jornal Estado de Minas

Reunião sobre o clima em Nova York pede mudança de rumo no planeta

Durante a reunião, que acontece na véspera da abertura da Assembleia Geral da ONU, Dilma Rousseff e outros líderes de diversos países fazem discursos. O ator Leonardo Di Caprio também falou aos presentes

AFP

Ator Leonardo Di Caprio falou durante cúpula sobre o clima, em Nova York - Foto: DON EMMERT / AFP


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta terça-feira aos líderes mundiais para estabelecer um novo rumo ante os perigos do aquecimento global, ao abrir uma reunião de cúpula sobre o clima, com a participação de mais de 120 chefes de Estado e de Governo.

"A mudança climática é a questão crucial de nossa era. Está definindo nosso presente. Nossa resposta definirá nosso futuro", afirmou Ban no discurso de abertura da reunião em Nova York, onde são esperados anúncios de compromissos que facilitem a conclusão de um acordo na conferência internacional de 2015 em Paris.

"Peço a todos os governos a comprometer-se em um acordo universal e significativo sobre o clima em Paris em 2015, e a cumprir com sua parte justa para limitar o aumento da temperatura global a dois graus Celsius", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas.

Durante a reunião, que acontece na véspera da abertura da Assembleia Geral da ONU, o presidente americano deve discursar, assim como vários presidentes latino-americanos. Muitos cientistas afirmam que, com os níveis de emissões de gases que provocam o efeito estufa, as temperaturas terão aumentado ao final do século XXI em mais de quatro graus na comparação com a era pré-industrial. Caso um acordo seja assinado em Paris, este entraria em vigor apenas em 2020.

Ativistas consideram a reunião em Nova York um ponto de inflexão na luta contra o aquecimento global. No domingo, quase 600.000 pessoas saíram às ruas em várias cidades do mundo. Em Nova York, a passeata reuniu 310.000 manifestantes.

O ator Leonardo Leonardo Di Caprio, designado pela ONU como mensageiro da paz contra o aquecimento global, participou na manifestação em Nova York e esta presente na abertura da reunião."Como um ator, eu finjo para viver. Eu interpreto personagens fictícios, muitas vezes resolvendo problemas fictícios", disse.

"Eu acredito que a humanidade tem olhado para a mudança do clima da mesma maneira, como se fosse ficção", completou.


A ONU prevê três sessões plenárias paralelas. Ban Ki-moon fará um resumo ao final do dia com os resultados obtidos, que serão adicionados às próximas reuniões, em dezembro em Lima e depois em Paris.

Mobilização


Mas a batalha para chegar a um acordo internacional está longe do fim. China e Índia, que são ao lado dos Estados Unidos os maiores emissores de gases do efeito estufa, não enviaram seus principais líderes ao encontro e estarão representados apenas por um vice-primeiro-ministro, Zhang Gaoli, no caso de Pequim, e do ministro do Meio Ambiente, no caso indiano.


Pequim e Nova Délhi resistem a reduzir as emissões porque não aceitam desacelerar o crescimento e insistem que os países mais ricos devem pagar a maior parcela da conta.


Antes da reunião, a secretária para o clima da ONU, Christiana Figueres, disse não esperar que muitos países apresentassem metas com números, mas destacou a presença de todos os atores importantes: governos, municípios, empresas, grupos financeiros e ONGs.


"Devemos trabalhar para mobilizar dinheiro e mobilizar os mercados. Vamos investir nas soluções climáticas disponíveis. Precisamos de todas as instituições financeiras públicas para este desafio. E precisamos trazer o setor financeiro privado", disse Ban Ki-moon.


Quase 250 presidentes de empresas participam na reunião de Nova York, que parte com a vantagem, segundo a ONU, de evitar os erros de Copenhague-2009, onde os chefes de Estado e de Governo chegaram apenas no último momento.

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