O ex-ditador haitiano Jean-Claude Duvalier, conhecido como "Baby Doc", morreu neste sábado, aos 63 anos, de um ataque cardíaco, informou o seu advogado, Reynold George. O corrupto e brutal regime de Duvalier provocou uma revolta popular que o enviou para um exílio de 25 anos.
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Ex-ditador do Haiti Duvalier se apresenta ante a justiçaAnistia Internacional teme fuga de Duvalier do Haiti'Baby Doc' Duvalier será presoDuvalier era filho de François "Papa Doc" Duvalier, um médico que virou ditador e promoveu o "Noirisme", movimento que procurou evidenciar as raízes africanas do Haiti em contrapartida às influências europeias, unindo a maioria negra em um país dividido por classe e cor. Os regimes de ambos os líderes torturaram e mataram adversários políticos e contaram com o apoio da temida milícia civil conhecida como Tonton Macoutes. Jean-Claude Duvalier governou por 15 anos, com seu governo sendo visto como menos violento e repressivo do que o de seu pai.
Em 1986, uma revolta popular varreu o Haiti, e Duvalier e sua então esposa, Michele Bennett, fugiram em um caça C-141 do governo norte-americano rumo à França. Em 16 de janeiro, 2011, Duvalier voltou ao Haiti, dizendo que queria ajudar na reconstrução do país, cuja capital e cidades do interior foram fortemente danificadas em um terremoto de magnitude 7 no ano anterior.
Os esforços para processá-lo não foram adiante. Duvalier surpreendeu observadores dos direitos humanos e as vítimas de seu regime em 2013, quando testemunhou sobre seu governo ante um juiz. Um ano depois, outro magistrado determinou que Duvalier poderia enfrentar acusações de crimes contra a humanidade. Autoridades do país, entretanto, não pressionaram para a conclusão do caso. Duvalier deixa dois filhos, François Nicolas "Nico" e Anya.