O irmão da auxiliar de enfermagem espanhola infectada com Ebola, primeira pessoa infectada fora da África, garantiu neste sábado que ela estava melhor e que não "tem mais febre", mas seu estado permanece grave.

"Ela está melhor, não tem mais febre, parece que mesmo estando gravemente doente, tudo está indo bem, e evoluindo de maneira satisfatória. É grave, mas estável, e isso nos dá esperanças", declarou Jose-Ramon Romero ao canal de televisão privado La Sexta.

"Parece que os últimos dias foram a fase crítica, durante os quatro dias que seguem após a infecção", explicou o irmão da auxiliar de enfermagem.

Teresa Romero, hospitalizada desde a última segunda-feira, teria sido contaminada ao cuidar de um missionário espanhol repatriado a Madri e que morreu vítima do Ebola no último 25 de setembro.

Jose-Ramon Romero explicou que aceitou conceder a entrevista sobretudo para "defender" sua irmã, já que, no momento em que sua contaminação foi revelada, a ministra da Saúde, Ana Mato, teria dado a entender que poderia ter sido "um erro humano" da parte de Teresa.

Javier Rodriguez, secretário de saúde de Madri, chegou a sugerir que a mulher de 44 anos - que participou voluntariamente dos cuidados ao missionário com Ebola - teria mentido em suas explicações sobre a maneira como ela pode ter sido infectada.

O ataque causou a fúria dos profissionais da área de saúde na Espanha, já difíceis após diversos cortes orçamentários públicos que deixaram milhares desempregados e que explicaria, segundo os sindicatos da classe, algumas falhas nos protocolos de atendimento contra o Ebola na Espanha.

"Será preciso esclarecer muita coisa", ameaçou o irmão da auxiliar de enfermagem, sugerindo que as autoridades teriam tentado "desviar o foco" para que o caso não mostrasse outras falhas.

Segundo ele, Teresa Romero se mostrou prudente e até se recusou a vê-lo alguns dias antes de sua hospitalização, por precaução. "Eu cheguei até a brincar com ela, perguntando se ela não estava com Ebola", contou.