Cinquenta e nove soldados nigerianos acusados de motim e de se recusar a combater islamitas armados do grupo Boko Haram foram levados nesta quarta-feira perante um tribunal militar de Abuja.
Os soldados, membros do 111º Batalhão das forças especiais, declararam inocência perante a corte marcial.
Eles são acusados de "conspiração para um motim contra as autoridades da 7ª divisão", que está na linha de frente contra a insurgência do Boko Haram.
Eles também foram acusados de se recusar a participar em 4 de agosto de uma tentativa de retomada de controle de várias cidades tomadas pelo Boko Haram no estado de Borno (nordeste).
Em 2 de outubro, 97 soldados engajados em operações contra o grupo islâmico armado já haviam sido levados a um tribunal militar em Abuja por motim.
E em setembro, 12 soldados nigerianos foram condenados à morte por motim após disparos contra seu oficial em Maiduguri (nordeste), reduto histórico do Boko Haram.
O exército nigeriano está sob pressão e tenta recuperar áreas controladas pelo Boko Haram, principalmente no nordeste do país.
Testemunhas relataram a recusa de soldados nigerianos de lutar e a fuga de vários outros frente ao Boko Haram, que proclamou um "califado islâmico" nas áreas que controla.
Muitos soldados reclamam a falta de equipamentos. O exército nigeriano rejeita a acusação e afirma que está em processo de reverter a situação ante o Boko Haram.
A rebelião do Boko Haram, que eclodiu em 2009, e sua repressão brutal por parte das forças da ordem nigerianas fizeram mais de 10 mil mortos e 700 mil deslocados.
Nos últimos meses, os insurgentes tomaram faixas de território no nordeste da Nigéria e várias cidades na fronteira com Camarões.