O aquecimento global provocou o degelo de 40% da superfície das geleiras nos últimos 40 anos e deu origem à formação de 996 novas lagoas no Peru, informou nesta quinta-feira a Autoridade Nacional da Água (ANA).
"Nos últimos 40 anos, as geleiras das 19 cordilheiras do Peru sofreram a perda de sua superfície em mais de 40% com relação aos resultados do inventário feito em 1970", segundo o Inventário de Glaciares do ANA.
O relatório revela que foram identificadas 996 novas lagoas relacionadas ao recuo dos glaciares, com base em imagens de satélite.
O inventário dos glaciares é um documento "muito importante", porque dá as informações necessárias para possibilitar medidas de adaptação às mudanças climáticas, disse à imprensa o especialista da Direção de Conservação e Planejamento dos Recursos Hídricos da ANA, Fernando Chiock.
O monte nevado Pastoruri, de 5.200 metros de altitude e situado na região de Ancash (norte), uma das joias do turismo do Parque Nacional de Huascarán, é o mais afetado, com 52% de sua superfície derretida por causa direta das mudanças climáticas.
O Peru tem um total de 2.679 glaciares distribuídos em 20 regiões montanhosas que cobrem 2.000 quilômetros quadrados.
O país é um dos dez mais biodiversos do mundo: tem a segunda maior extensão de floresta amazônica, depois do Brasil; a cadeia de montanhas tropical com maior superfície; 71% das geleiras tropicais; 84 das 104 zonas de vida identificadas no planeta; e 27 dos 32 climas do mundo, segundo a ANA.
O Inventário de Glaciares foi elaborado pela Unidade de Glaciologia e Recursos Hídricos da ANA, no âmbito da Conferência das Partes (COP20), que será celebrada em Lima, entre 1º e 12 de dezembro.
Segundo o Ministério peruano do Ambiente, a COP20 sobre mudanças climáticas visa a estabelecer as bases para a assinatura de um acordo vinculante em 2015, em Paris, para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa.
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