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Estado de Minas

Estado Islâmico ganha apoio na Líbia

Adesão de jovens ao grupo extremista alerta ocidentais e árabes, pois país está instável depois da derrubada de Muammar Gaddafi, em 2011


postado em 02/11/2014 06:00 / atualizado em 02/11/2014 08:43

Em Aleppo, Síria, centenas de manifestantes, a maioria mulheres, saíram às ruas em solidariedade aos soldados curdos que estão em combate na Síria e Iraque(foto: Hosam Katan/Reuters)
Em Aleppo, Síria, centenas de manifestantes, a maioria mulheres, saíram às ruas em solidariedade aos soldados curdos que estão em combate na Síria e Iraque (foto: Hosam Katan/Reuters)


Benghazi –
Dezenas de moradores de uma cidade no Leste da Líbia declararam aliança a Abu Bakr al-Baghdadi, líder dos militantes do Estado Islâmico (EI), de acordo com um vídeo divulgado ontem. Cerca de 50 jovens podem ser vistos em um vídeo apresentado em redes sociais em apoio a Baghdadi, que se autointitula califa, ou líder muçulmano, do EI, grupo extremista que luta na Síria e no Iraque. Um morador de Derna confirmou a autenticidade do vídeo, gravado na noite de sexta-feira. Nações ocidentais e países vizinhos da Líbia têm tido grandes preocupações de que o Estado Islâmico esteja tentando explorar a desordem na Líbia, onde militantes islamistas e outras milícias que ajudaram a derrubar Muammar Gaddafi em 2011 estão estabelecendo feudos.


Ontem, o aeroporto de Labraq, principal porta de entrada no Leste da Líbia, foi fechado depois de várias explosões serem registradas. A Líbia, país produtor de petróleo, tem enfrentado caos com dois governos e dois parlamentos disputando legitimidade três anos após a saída de Gaddafi do poder. Uma facção armada, principalmente de Misrata, tomou Trípoli em agosto, colocando no poder seu próprio primeiro-ministro e Parlamento, forçando o antigo governo a se mudar para o Leste, onde o Parlamento eleito também está baseado. O aeroporto de Benghazi está fechado desde maio.


A esta situação soma-se o fato de que há mais de 40 dias as forças dos Estados Unidos e árabes têm bombardeado alvos do Estado Islâmico na Síria e no Iraque, desde que os militantes declararam um califado no território sob seu controle, mas os ataques parecem não estar surtindo o efeito esperado. Acusado de limpeza étnica e de crimes contra a humanidade pela ONU, o Estado Islâmico aproveitou a guerra civil na Síria e a instabilidade do Iraque para assumir o controle de vastas faixas de território nos dois países, espalhando o terror em sua passagem. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas, citado pelo jornal britânico The Guardian, 15 mil jihadistas estrangeiros procedentes de 80 países combatem ao lado do EI, um número considerado sem precedentes.


Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os jihadistas sofreram pelo menos 100 baixas nos últimos três dias, tentaram assumir o controle dos bairros da zona norte de Kobane, com o objetivo de cercar a localidade e cortar o acesso à vizinha Turquia, cuja fronteira fica a menos de um quilômetro e por onde 150 combatentes curdos iraquianos entraram na sexta-feira. De acordo com o OSDH, 576 jihadistas morreram na batalha de Kobane desde setembro. Também faleceram 361 milicianos curdos e aliados, assim com 21 civis, em um total de 958 pessoas.

DERROTA E APOIO Enquanto os curdos defendem Kobane, que virou o símbolo da resistência, os jihadistas da Frente Al-Nosra expulsaram os rebeldes moderados da Frente Revolucionária Síria (FRS) de seu reduto do Noroeste da Síria, após 24 horas de combates. “A Frente Al-Nosra assumiu o comando em Deir Sinbel e agora controla a maioria das localidades e vilarejos da região de Jabal al-Zawiya”, disse o OSDH. “Os combatentes do braço sírio da Al-Qaeda ficaram com armas e tanques da FSR.” A derrota é um duro golpe aos esforços dos Estados Unidos para criar e treinar uma força moderada entre os rebeldes que lutam contra o regime do presidente sírio Bashar al-Assad.


Para demonstrar o apoio aos combatentes de Kobane, o principal partido curdo da Turquia convocou manifestações em todo o país e em cidades da Europa. O PKK critica Ancara pela falta de uma intervenção na Síria. O presidente turco Recep Tayyip Erdogan se nega a entrar na disputa, por temer acabar reforçando os curdos da Turquia, com os quais negocia um processo de paz há dois anos, marcado por muitos obstáculos.


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