Segundo ela, o número de "enterros seguros" (que seguem os procedimentos adequados para os cadáveres infectados) aumentou significativamente, o que pode ajudar a reduzir o surgimento de novos casos da doença. De acordo com Samantha, em Monróvia, capital da Libéria, a taxa de enterros seguros está perto de 90%. Em Serra Leoa, esse índice chegaria perto de 100%, sendo que quase todos os corpos são enterrados com segurança em até 24 horas.
"Você pode imaginar a diferença que isso pode começar a fazer apenas em questão de dias ou semanas", afirmou. Segundo ela, o papel das autoridades norte-americanas e britânicas foi crucial para mudar a forma como os cadáveres são manuseados.
A representante dos EUA na ONU destacou ainda que o trabalho da Organização na região está ajudando a população local a ter mais conhecimento sobre o vírus e suas formas de transmissão, o que também deve ajudar a diminuir as taxas de infecção.
Samantha reconheceu, no entanto, que os países afetados pela epidemia precisam de mais médicos e enfermeiros com urgência. De acordo com ela, as organizações não-governamentais que trabalham na região relataram que as equipes de profissionais da saúde são suficientes apenas para o próximo mês. A funcionária disse que os Estados Unidos precisam "ter certeza que estão incentivando esses indivíduos extraordinários e "tratá-los com grande respeito e admiração", quando retornam.
Na semana passada, a justiça do Estado norte-americano do Maine obrigou a enfermeira Kaci Hickox, que tratou de pacientes com Ebola em Serra Leoa, a cumprir um período de quarentena. Em entrevista a um jornal local neste domingo, Kaci criticou o tratamento do governo em relação aos profissionais que são voluntário no combate à doença.
Novos casos
Apesar dos avanços relatados por Samantha, novos casos de profissionais de saúde que contraíram o vírus Ebola em países da África Ocidental foram divulgados neste final semana.
O governo de Serra Leoa também informou que um médico apresentou teste positivo para o vírus Ebola. O homem, identificado como George Godfrey, é o quinto médico do país a contrair a doença. Os outros quatro médicos infectados em Serra Leoa morreram após contrair o vírus, que já vitimou cerca de cinco mil pessoas na África Ocidental. (Gabriela Vieira, com informações da Dow Jones Newswires e da Associated Press).