Jornal Estado de Minas

EUA vão às urnas nas eleições legislativas de meio de mandato

AFP

Os americanos votavam nesta terça-feira nas legislativas de meio de mandato nos Estados Unidos, nas quais a oposição republicana ao presidente democrata Barack Obama é favorita para conquistar a maioria no Congresso.

Nas chamadas "midterms", tradicionalmente cruéis para o partido no poder, os eleitores renovarão as 435 cadeiras da Câmara de Representantes, 36 das 100 cadeiras do Senado, e 36 dos 50 governadores de Estados.

Simultaneamente, ocorrerão dezenas de referendos nos Estados, especialmente sobre a legalização da maconha, direito ao aborto e aumento do salário mínimo.

Confiantes com as últimas pesquisas de opinião, os republicanos esperam recuperar a maioria no Senado.

A vitória dará aos opositores do presidente Obama o domínio de ambas as Câmaras do Congresso.

Assim como seus antecessores - George W.

Bush, em 2006; Bill Clinton, em 1994; e Ronald Reagan, em 1986 -, Obama perderia a maioria no Senado, onde 36 das 100 cadeiras serão renovadas por um período de seis anos.

Em alguns estados, como Alasca ou Carolina do Norte, a disputa é apertada, mas os republicanos se sentem cada vez mais confiantes na vitória.

Obama, que passou o dia reunido com assessores na Casa Branca, admitiu em um programa de rádio que o mapa eleitoral este ano é particularmente desfavorável para os democratas.

"É, provavelmente, o pior grupo possível de Estados para os democratas desde Dwight Eisenhower", disse Obama à rádio WNPR.

Para o senador Rand Paul, visto como um possível candidato republicano para a eleição presidencial de 2016, "o vento está a nosso favor". "Acho que as pessoas estão prontas para uma nova liderança".

"Será uma grande vitória, uma grande noite", disse o senador John Cornyn, segunda figura dos republicanos no Senado.

Na segunda-feira, os analistas políticos atualizaram as previsões, após a divulgação das pesquisas no fim de semana.

Segundo o jornal "The New York Times", a probabilidade de os republicanos conquistarem o Senado subiu para 70%. Para o site Fivethirtyeight.com, esse percentual chega a 74%, e para o Hufftington Post, a 75%.

A candidata republicana ao Senado por Iowa (norte), Joni Ernst, aparece agora com sete pontos de vantagem, de acordo com "Des Moines Register", e o senador republicano por Kentucky (sul), Mitch McConnel, abre oito pontos, na enquete do Public Policy Polling.

As últimas pesquisas indicam que as cadeiras do Senado por Montana, Dakota do Sul e Virgínia Ocidental já estão praticamente na conta dos republicanos.

Enviadas pelos Correios há semanas, ou feitas pessoalmente em vários estados, as votações antecipadas também alimentam o otimismo republicano. Mais de 17 milhões de americanos já votaram, segundo o "Project Elections", do professor Michael McDonald.

No Colorado, 41% dos que votaram são eleitores registrados como republicanos, contra 32% de democratas, segundo o "NYT".

No Senado, os democratas têm 10 cadeiras de vantagem, 55 a 45, mas podem poder a liderança se os republicanos lhes tomarem seis assentos.

Os republicanos já controlam a Câmara de Representantes, onde todas as 435 cadeiras estão em disputa, e caminham para ampliar seu domínio com novos representantes.

Nas campanhas mais disputadas, ambos os partidos recorrem até o último minuto a exércitos de voluntários para convencer os eleitores a ir às urnas na terça.

Nos Estados Unidos, historicamente, o partido do presidente em exercício perde as eleições legislativas de meio de mandato e, este ano, após meses de propaganda e de um gasto de US$ 4 bilhões, não se espera algo muito diferente.

Apesar das tendências negativas, o vice-presidente americano, o democrata Joe Biden, mantém-se otimista.

"Não concordo com as previsões. Acho que vamos manter o Senado", declarou Biden.

Biden acrescentou, porém, que se os republicanos conseguirem controlar a agenda legislativa nos últimos dois anos do governo Obama, "estamos prontos para negociar".

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