As forças americanas e iraquianas treinaram cerca de 2.000 combatentes sunitas no Iraque, como parte da luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), informou nesta terça-feira um alto funcionário americano.
O governo iraquiano, dominado pelos xiitas, maioria no país, quer "desmarginalizar" os sunitas e procura criar uma "entidade intermediária", em que as unidades tribais sunitas defenderão suas províncias antes de integrar uma força nacional iraquiana, explicou o funcionário do Departamento de Estado, que não quis se identificar.
A informação é comunicada à véspera de um encontro organizado em Bruxelas pelo chefe da diplomacia americana, John Kerry, que deve reunir pela primeira vez os ministros das Relações Exteriores de cerca de 60 países envolvidos na luta contra o EI no Iraque e na Síria.
O primeiro-ministro iraquiano, Haidar al-Abadi, um xiita cujo governo mais inclusivo foi criado em setembro, "está comprometido em tornar os sunitas protagonistas" e não mais excluídos, declarou a fonte americana.
Os membros do governo iraquiano "trabalham para fortalecer os combatentes sunitas", acrescentou, observando que alguns deles já terminaram a sua formação, especialmente na base aérea de Al-Assad, na província de Al-Anbar.
O grupo Estado Islâmico proclamou em junho um califado sobre as áreas sob seu controle na Síria e no Iraque. Sua ofensiva fulminante beneficiou da frustração das populações sunitas marginalizadas desde a queda do regime de Saddam Hussein.
Citando dados do governo iraquiano, o funcionário americano estimou em cerca de 2.000 o número de combatentes sunitas que concluíram a sua formação em Al-Assad e no resto do país, indicando que, eventualmente, formarão uma guarda nacional.