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Estado de Minas

Estudo revela vínculo significativo entre pré-eclampsia e autismo


postado em 08/12/2014 21:07

Filhos de mães que sofreram uma condição gestacional associada à hipertensão denominada pré-eclâmpsia são duas vezes mais propensos a ter autismo ou outros problemas de desenvolvimento, afirmaram cientistas em um estudo publicado nesta segunda-feira.

A pesquisa, publicada no periódico JAMA Pediatrics, da Associação Médica Americana, também revelou que quanto mais severa é a pré-eclampsia na mãe, maior a probabilidade de autismo no filho.

O estudo foi feito com mais de mil crianças entre dois e três anos no norte da Califórnia. Todas as mães tiveram diagnósticos confirmados de pré-eclampsia e os cientistas compararam dados daqueles que se desenvolveram normalmente com os de crianças que apresentaram transtornos do espectro autista (TEA) ou outros problemas de desenvolvimento.

"Nós descobrimos associações significativas entre a pré-eclampsia e os TEA, que aumentaram com severidade", afirmou a principal autora do estudo, Cheryl Walker, professora assistente do departamento de obstetrícia e ginecologia da Universidade da Califórnia em Davis.

"Nós também observamos uma associação significativa entre pré-eclampsia severa e atraso de desenvolvimento", prosseguiu.

Transtornos do espectro autista afetam uma a cada 88 crianças nos Estados Unidos.

As causas exatas do distúrbio de desenvolvimento são desconhecidas e há pesquisas que apontam para causas genéticas, ambientais ou uma combinação das duas.

O autismo provoca dificuldades nas habilidades sociais, emocionais e de comunicação e não tem cura conhecida.

Alguns estudos anteriores já tinham sugerido que a pré-eclampsia - que causa pressão alta no fim da gestação, altos níveis de proteína na urina e perdas de consciência nos casos mais graves - poderia provocar autismo, talvez ao privar o feto de nutrientes e oxigênio.

"Embora estudos isolados não possam estabelecer causalidade, evidências cumulativas apoiam os esforços para reduzir a pré-eclampsia e diminuir sua severidade, de forma a melhorar os resultados neonatais", disse Walker.


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