Jornal Estado de Minas

Profissionais de saúde na luta contra Ebola são 'pessoa do ano' da Time

AFP

A revista Time elegeu como sua "Pessoa do Ano de 2014" os profissionais de saúde que lutam contra a epidemia de Ebola, que matou mais de 6.300 pessoas em todo o mundo, sobretudo no oeste da África, uma decisão saudada pela Casa Branca.

A febre hemorrágica saltou de um surto para uma epidemia em Libéria, Guiné e Serra Leoa, os três países mais afetados, com casos registrados também em Nigéria, Mali, Espanha, Alemanha e Estados Unidos.

"O resto do mundo pode dormir à noite porque um grupo de homens e mulheres estão dispostos a se erguer e lutar", escreveu a editora da Time, Nancy Gibbs, ao anunciar o prestigioso título anual.

"Pelos atos incansáveis de coragem e compaixão, por dar tempo para que o mundo aumente suas defesas, por se arriscarem, por persistirem, por se sacrificarem e salvarem (vidas), os combatentes do Ebola são a Pessoa do Ano de 2014 da Time", prosseguiu.

A pior epidemia de Ebola já registrada deixou mais de 6.300 mortos em todo o mundo, quase todos em Serra Leoa, Guiné e Libéria.

Os trabalhadores de saúde estão entre os mais afetados, com 592 casos registrados, dos quais 340, fatais.

A Casa Branca saudou a homenagem como um tributo ao "heroísmo e abnegação" de incontáveis trabalhadores de saúde.

"O governo, inclusive o presidente, não poderiam estar mais orgulhosos dos corajosos homens e mulheres que se comprometeram neste esforço em terras estrangeiras", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest.

"Há homens e mulheres que merecem reconhecimento internacional e hoje estamos felizes de que eles estejam recebendo mais um", prosseguiu.

O presidente americano, Barack Obama, fez um esforço direcionado com vistas a acalmar a histeria despertada nos Estados Unidos sobre as formas de contágio do Ebola ao receber pessoalmente sobreviventes da infecção na Casa Branca.

Nina Pham, uma enfermeira que contraiu Ebola enquanto cuidava do primeiro paciente diagnosticado em solo americano, disse ter ficado feliz com a homenagem.

"Muito honrada em ser parte da PDA da revista @Time!", escreveu no Twitter, em alusão ao reconhecimento.

Pham, que foi abraçada por Obama na Casa Branca, após sobreviver à contaminação, e outra enfermeira de Dallas, se infectaram com Ebola enquanto cuidavam do liberiano Thomas Eric Duncan, que morreu no Hospital Presbiteriano da cidade em 8 de outubro.

As duas enfermeiras sobreviveram.

Duncan foi diagnosticado após viajar de sua Libéria Natal para os Estados Unidos, onde inicialmente o hospital o mandou de volta à casa.

A Casa Branca informou que a única forma de controlar a epidemia e evitar novos casos nos Estados Unidos era recrutar e treinar mais profissionais médicos.

Na terça-feira, o czar das Nações Unidas na luta contra o Ebola, David Nabarro, saudou os avanços generalizados no combate ao vírus, mas alertou que casos ainda estavam surgindo no oeste de Serra Leoa e no norte da Guiné.

Ele pediu mais trabalhadores sanitários e especialistas estrangeiros em áreas onde a doença ainda está se espalhando rapidamente, assim como mais unidades de tratamento e leitos.

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