Um sequestro acontecia nesta segunda-feira (horário local) em um café do centro da cidade australiana de Sydney, onde, em uma janela, foi pendurada uma bandeira islâmica, indicaram a imprensa local e testemunhas, enquanto a polícia informou que respondia a um "incidente na Ópera de Sydney", próxima ao local.
A área de Martin Place, no centro financeiro de Sydney, foi fechada, e a polícia cercava o café Lindt.
Segundo a imprensa local, dois homens armados sequestraram pelo menos 20 pessoas, embora a polícia não tenha confirmado estes dados, indicando apenas que havia uma operação em andamento.
Testemunhas contaram que ouviram barulhos semelhantes a tiros.
"Corremos para a janela e tivemos a visão horrorosa de gente com as mãos para o alto contra os vidros do café", contou Patrick Byrne, produtor do canal de TV Channel Seven, que trabalha em frente ao local, à Australian Broadcasting Corporation.
A Austrália está em alerta desde que o governo expressou a preocupação de que cidadãos que combateram com jihadistas no Iraque e na Síria possam retornar ao país mais radicais e capazes de realizar ataques.
Martin Place abriga prédios importantes, entre eles vários bancos. Autoridades informaram que também estão lidando com "um incidente na Ópera de Sydney", próxima ao local, sem explicar se o mesmo tem ligação com o sequestro no café. O prédio foi esvaziado.
- Resposta da segurança nacional -
O primeiro-ministro Tony Abbott convocou uma reunião de segurança nacional para lidar com os acontecimentos. "Este é, obviamente, um incidente preocupante, mas os australianos podem ter certeza de que nossas agências de segurança estão bem treinadas e equipadas, e respondendo de forma completa e profissional", garantiu.
Os incidentes aconteceram minutos antes de a polícia anunciar a prisão de um homem de 25 anos em Sydney, relacionada a investigações sobre planos de ataque terrorista em solo australiano. Não está claro se os casos têm ligação.
Mais de 70 australianos combatem atualmente para militantes islâmicos no Iraque e na Síria. Vinte morreram, e existe a preocupação de que um número crescente de jovens se radicalizem e orquestrem ataques na Austrália.
O jornalista Chris Kenny, que estava no café pouco antes do sequestro, disse que as portas automáticas foram desligadas.
"Conversei com pessoas que viram mais do que eu. Uma mulher disse que tentou entrar pouco depois de eu ter saído com o meu café, mas que as portas estavam fechadas", contou ao jornal "The Australian", onde trabalha.
"Logicamente, quem está fazendo isso desligou as portas, para evitar a entrada de mais pessoas.