Os departamentos de polícia de grandes cidades e líderes sindicais da categoria em todo território dos Estados Unidos advertem seus colegas a usarem coletes à prova de balas e a evitar postagens provocadoras nas redes sociais, depois de um homem ter emboscado dois oficiais e os matado a tiros dentro do carro no qual faziam patrulha.
Os assassinatos dos oficiais Rafael Ramos e Wenjian Liu na tarde de sábado, no Brooklyn, elevaram os temores sobre a segurança dos agentes da lei em todo o país, embora não haja evidências de iminentes ameaças. O atirador, Ismaaiyl Brinsley de 28 anos, havia prometido numa postagem no Instagram que colocaria "asas nos porcos" como retaliação pelas mortes de homens negros nas mãos de policiais brancos. Brinsley era negro, os policiais de Nova York eram um hispânico e um asiático.
Os investigadores tentam descobrir se Brinsley participou de protestos contra as mortes de Michael Brown e de Eric Garner, cujos nomes ele invocou em sua ameaça on-line, ou simplesmente se ligou à causa como desculpa para um último ato de violência.
Após as mortes dos oficiais, uma mensagem do sindicato aos 35 mil oficias da polícia de Nova York advertia os oficiais de que eles deveriam responder a qualquer chamado de rádio com dois carros, "independentemente da opinião do supervisor de patrulha". O presidente do sindicato dos detetives disse aos membros da organização, em carta, que eles deve trabalhar em trios quando saírem às ruas, usar coletes à prova de balas e prestar atenção nos arredores.
Outra diretriz adverte os oficiais de Newark, Nova Jersey, a não fazerem patrulhas sozinhos e evitar pessoas que procurem confronto. Ao mesmo tempo, um memorando da polícia de Nova York pede aos oficiais que limitem seus comentários "por todos os meios, incluindo redes sociais, a expressões de tristeza e condolências".
Na Philadelphia, o comissário de polícia Charles Ramsey pediu aos líderes dos protestos pelas mortes de Garner e Brown que "peçam calma e não permitam que isso se intensifique ainda mais". Em Boston, o comissário de polícia William Evans disse que a polícia emitiu um alerta para oficiais com o objetivo de adverti-los sobre as mortes em Nova York e que o departamento de polícia havia emitido vários alertas após a decisão do júri popular em Ferguson. Fonte: Associated Press.