As operações de busca do avião da companhia malaia AirAsia, desaparecido quando fazia o trajeto entre Indonésia e Cingapura no sábado com 162 pessoas a bordo, foram suspensas neste domingo, sem que até o momento haja notícias da aeronave.
A companhia aérea informou que no voo havia 156 indonésios, três sul-coreanos, um malaio, um cingapuriano, um britânico e um francês (o co-piloto). Murjatmodjo informou que os esforços se concentravam em uma zona situada entre a ilha de Belitung e a província de Kalimantan, na parte indonésia da ilha de Bornéu, a meio caminho da trajetória do voo.
Até o momento "não pudemos detectar visualmente nenhum sinal", explicou o porta-voz das forças aéreas indonésias, Hadi Cahyanto, à AFP, pouco antes de concluir os trabalhos de busca.
O Airbus, com número de voo QZ8501, decolou do aeroporto internacional Juanda de Surabaya, no leste da ilha indonésia de Java, às 05h20, e seu pouso estava previsto em Cingapura às 08h30 (22h30 de Brasília).Jacarta perdeu o contato com a aeronave às 07h55, disse porta-voz do ministério indonésio de Transportes, J.A. Barata. A AirAsia indicou, por sua vez, que a aeronave estava "sob o controle do serviço de controle de tráfego aéreo da Indonésia" quando desapareceu.
"O avião (...) solicitou um desvio devido às condições meteorológicas", declarou a companhia malaia em sua página no Facebook. Segundo um comunicado da direção da aviação civil de Cingapura, o contato foi perdido no espaço aéreo indonésio, "200 milhas náuticas (350 quilômetros) a sudeste da fronteira entre as regiões de informação de voo de Jacarta e Cingapura".
Ano ruim para a aviação malaia
Na falta de notícias, o pânico foi se apoderando dos familiares dos passageiros no aeroporto de Changi, em Cingapura.
Uma mulher de 45 anos explicou à AFP que seis de seus familiares estavam a bordo do avião. "Iam para Cingapura para passar as férias lá. Sempre voaram com a AirAsia sem nenhum problema. Estou muito chocada com a notícia, e inquieta ante a ideia de que o avião tenha se acidentado", afirmou.
O Airbus desaparecido havia sido revisado em 16 de novembro, indicou a AirAsia, uma empresa que nunca teve um acidente fatal até o momento. O presidente indonésio, Joko Widodo, afirmou que sua nação reza pela segurança dos que estavam a bordo.
A Austrália e o construtor europeu Airbus se comprometeram a ajudar na investigação, assim como o gabinete de investigação e análise francês (BEA), já que a aeronave foi construída na França. 2014 foi um ano ruim para a aviação malaia, com a perda de dois aviões da companhia nacional Malaysia Airlines.
Um Boeing 777-200 da Malaysia Airlines desapareceu no dia 8 de março pouco depois de sua decolagem em Kuala Lumpur com 239 pessoas a bordo. Quatro meses depois, em 17 de julho, outro Boeing 777 da mesma empresa caiu com seus 298 ocupantes no território controlado pelos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
A Indonésia, arquipélago de 17.000 ilhas muito dependente do transporte aéreo, apresenta um dos piores balanços da Ásia em matéria de segurança aérea.
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