Os especialistas franceses estão "equipados com meios de detecção que incluem, em particular, hidrofones para localizar as balizas acústicas das duas gravadoras de voo", indicou o organismo.
Depois de enfrentar más condições meteorológicas, o avião se precipitou no mar de Java, em frente à costa da ilha de Bornéu, onde o mau tempo e as grandes ondas frearam nos últimos dias a busca de vítimas, da fuselagem da aeronave e, em particular, das caixas pretas, cruciais para as investigações.
No total, 29 barcos e 17 aviões participam dos trabalhos, ressaltou nesta sexta-feira o diretor de operações de busca e resgate, Bambang Soelistyo, apontando "duas tarefas prioritárias".
A primeira consiste em localizar a maior parte da fuselagem do avião. A segunda em encontrar as caixas pretas, que registram todos os incidentes de voo. Este trabalho ficará a cargo do Comitê de Segurança Nacional de Transportes indonésio (KNKT), que começou a trabalhar nesta sexta-feira, acrescentou Soelistyo durante uma coletiva de imprensa.
A zona de rastreamento foi reduzida, e agora é de cerca de 1.575 milhas marinhas quadradas, o que representa uma décima parte da zona explorada nas 24 horas anteriores.
Mergulhar nesta zona prioritária
"Já há mergulhadores no navio de guerra Banda Aceh esperando para mergulhar nesta zona prioritária, com o objetivo de encontrar a fuselagem do avião. Espero que possamos alcançar avanços importantes", disse Soelistyo. Os corpos e destroços recuperados até agora foram encontrados em uma zona relativamente pequena, o que parece indicar que a fuselagem provavelmente não está longe, declarou outro responsável pelas buscas, S.B.
"Encontramos destroços do avião que podem ser parte de uma asa ou do interior da aeronave", declarou à rede de televisão indonésia MetroTV, mostrando uma estrutura de madeira branca de 1,5 metro por 1 metro. Os especialistas consideram que o piloto do avião da AirAsia pode ter realizado um pouso de emergência antes que a aeronave afundasse, atingida por ondas enormes. O avião pode estar a uma profundidade entre 25 e 32 metros.
O primeiro enterro de uma das vítimas ocorreu na quinta-feira. A bordo do avião da AirAsia estavam 155 indonésios, três sul-coreanos, um britânico, um malaio, um cingapuriano e o co-piloto francês. Três novas vítimas foram identificadas nesta sexta-feira, entre elas a aeromoça Khairunisa Haidar Fauzi, que havia publicado no Instagram uma foto com uma mensagem para seu companheiro: "te amo a 38.000 pés de altura".
O ano de 2014 foi trágico para a aviação civil da Malásia, já que o acidente da AirAsia soma-se à perda de duas aeronaves da companhia nacional Malaysia Airlines. No dia 8 de março, o voo MH370 da Malaysia Airlines, um Boeing, desapareceu dos radares pouco depois de decolar de Kuala Lumpur rumo a Pequim com 239 pessoas a bordo.
O avião não foi encontrado e seu desaparecimento continua sendo um mistério. Pode ter caído no oceano Índico por falta de combustível. No dia 17 de julho, outro Boeing da Malaysia Airlines, do voo MH17, que voava de Amsterdã a Kuala Lumpur, foi derrubado em pleno voo por um míssil quando sobrevoava o leste da Ucrânia, palco de uma guerra. A aeronave transportava 298 pessoas, entre elas 193 holandeses..