Dois atentados suicidas deixaram nove mortos e 37 feridos, neste sábado, no bairro de maioria alauíta de Jabal Mohsen, na cidade libanesa de Trípoli, próximo à Síria.
"Nove pessoas morreram, e 37 ficaram feridas", anunciou o Ministério libanês da Saúde, em nota divulgada neste sábado à noite.
O braço sírio da rede Al-Qaeda reivindicou a autoria do ataque, em sua conta no Twitter.
Indignados, os políticos locais se solidarizaram com os moradores do bairro atacado e fizeram um apelo pela "unidade nacional".
Em um comunicado, o Exército relatou que, "por volta das 19h30 (15h30 de Brasília), um suicida atacou um café em Jabal Mohsen, deixando vários mortos e feridos". Depois, completou a nota, um outro suicida detonou uma segunda bomba.
Após o duplo ataque, o Exército isolou a área, impedindo a aproximação da imprensa.
Uma das testemunhas, Zuheir al-Cheikh, que teve ferimentos leves no ataque, contou à AFP que estava no café "com outras pessoas, quando, de repente, ouvimos uma primeira explosão. Em seguida, aconteceu uma enorme explosão, mas a gente não sabe o que a provocou".
Uma fonte dos serviços de segurança disse à AFP que um dos suicidas seria um jovem do bairro de Mankubin, de maioria sunita. Segundo a mesma fonte, o Exército invadiu sua casa e prendeu o pai do suposto agressor.
Nesses últimos anos, Trípoli tem sido, com frequência, palco de confrontos entre sunitas do bairro de Bab el-Tebbaneh, partidários dos rebeldes sírios, e alauítas de Jabal Mohsen, que apoiam o regime de Bashar al-Assad.
Desde outubro passado, o Exército libanês prendeu centenas de pessoas em Trípoli, na tentativa de conter a violência.
O país se encontra profundamente dividido entre alauítas e xiitas do Hezbollah, simpatizantes do presidente Assad, e sunitas, que tendem para a oposição ao governo.