Mineiros que moram ou estão de férias em Paris e arredores mostram-se assustados com os atentados que já mataram um total de 20 pessoas desde a última quarta-feira. Muitos já pensam em antecipar o retorno ao Brasil se a onda de violência continuar. É o caso do estudante de jornalismo Heverton Esteves, de 25 anos, que é de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Ele está na capital francesa há cinco meses, onde mora a cerca de 2 quilômetros da sede da revista Charlie Hebdo, primeiro alvo dos terroristas e onde 12 pessoas foram mortas e 11 ficaram feridas. A família dele está preocupada com a segurança de Herverton e insiste para que ele volte para o Brasil o mais rápido possível. “Se eu pudesse ir hoje, eu iria. Só não vou porque ainda tenho algumas coisas para receber aqui”, disse Heverton, por telefone. O clima é de pânico, segundo ele.
A onda de violência mudou a rotina até de quem mora em cidades próximas a Paris.
Ontem, o clima em Paris era mais de tranquilidade, segundo Heverton, por não ter havido nenhum atentado. As pessoas saíram mais às ruas, disse, e houve manifestações. O mineiro conta que esteve no local do ataque de sexta-feira, fazendo cobertura jornalística para uma emissora de rádio de Governador Valadares, e disse ter ficado apavorado com o que presenciou. “Quando eu me preparava para entrar ao vivo no rádio, veio uma multidão para cima de mim. Logo em seguida, houve quatro explosões. Corri tanto que acabei me ferindo em um pedaço de ferro”, disse o estudante, que está inseguro até para pegar o metrô. “Está tudo muito deserto. O comércio está fechado em alguns lugares e há muitos policiais nas ruas”, disse. .