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Estado de Minas

Viúva de um dos matadores da Charlie Hebdo condena atos do marido


postado em 11/01/2015 13:01

A mulher de Chérif Kouachi, um dos dois autores do massacre do jornal satírico Charlie Hebdo, "condenou os atos do marido", afirmou neste domingo à AFP seu advogado, Christian Saint-Palais, um dia depois do repúdio manifesto pela mãe e as irmãs do jihadista Amedy Coulibaly, que matou quatro reféns em um mercado judaico em Paris.

A jovem foi liberada após permanecer 72 horas sob custódia, durante as quais ela "expressou sua indignação e sua condenação à violência". Ela também disse pensar nas vítimas e teve "a mesma reação da comunidade nacional" francesa com relação ao ataque, afirmou o advogado, momentos antes da multitudinária marcha deste domingo em repúdio aos ataques.

Segundo o advogado, a jovem nunca suspeitou do envolvimento do marido com atos terroristas. Ela ficou "estupefata", assegurou.

Chérif Kouachi, de 32 anos, e seu irmão, Said, mataram doze pessoas, na quarta-feira, durante o ataque à sede do jornal satírico Charlie Hebdo. Foragidos durante dois dias e cercados em uma gráfica no nordeste de Paris, eles foram mortos na sexta-feira pela polícia, contra a qual abriram fogo.

Em nota enviada à AFP no sábado, a mãe e as irmãs do "jihadista" francês Amedy Coulibaly "condenaram" os atentados cometidos em Paris nos últimos dias e apresentaram suas "sinceras condolências" às famílias das vítimas.

"Eu, a mãe de Amedy Coulibaly, e todas minhas filhas apresentamos nossas sinceras condolências às famílias das vítimas da loja Hyper Cacher, à família da policial (guarda) municipal de Montrouge, assim como às vítimas do Charlie Hebdo", destacou a nota.

"Condenamos esses atos. Não compartilhamos, de modo algum, essas ideias extremas. Esperamos que não haja analogia entre esses atos odiosos e a religião muçulmana", declararam.

"Desejamos, finalmente, que todos os cidadãos fiquem unidos e sejam solidários, como somos com as famílias das vítimas", concluíram.

Na sexta-feira, em conversa com um jornalista da AFP, as três irmãs de Amedy Coulibaly não o descreveram como um radical, mas como um moderado. Nenhuma delas, aliás, usava o tradicional véu.

"Ele não é assim", garantiu uma delas, que o apresentou como moderado.

"Sei que ele fazia a reza, o Ramadã e um pouco mais", disse a outra.

"Ele passou a vida na prisão, e eu, trabalhando", comentou a terceira irmã.


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