Jornal Estado de Minas

Ministros do Interior europeus e dos EUA reforçarão luta antiterrorismo

AFP

Os ministros do Interior de 12 países europeus e o secretário americano da Justiça, Eric Holder, acertaram neste domingo, em Paris, reforçar a luta contra o terrorismo, intensificando os controles das fronteiras externas da União Europeia (UE) e trocando dados de passageiros aéreos.

Este encontro internacional foi realizado dias depois dos ataques jihadistas que abalaram a França e antes da histórica marcha, em que milhares de pessoas e inúmeros chefes de Estado e de Governo estrangeiros se manifestaram em Paris para homenagear as 17 vítimas dos atentados e repudiar o extremismo.

Os ministros anunciaram sua vontade de prosseguir com "os passos dados sob responsabilidade da Comissão Europeia para reforçar, sem alterar o Direito europeu, os controles de cidadãos europeus quando passarem pelas fronteiras exteriores da União Europeia", segundo a declaração conjunta, lida pelo ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve.

"Todos estamos de acordo em estabelecer controles exaustivos sobre alguns passageiros, em função de certos critérios", explicou Cazeneuve, insistindo na necessidade de coletar os dados fornecidos pelos viajantes às companhias aéreas (PNR, sigla em inglês) dentro da luta contra o terrorismo.

"É preciso avançar de forma urgente para um PNR europeu, que permite a troca de dados sobre os passageiros aéreos entre os Estados membros com todas as garantias de proteção dos dados pessoais", defendeu.

"Isso permitirá acompanhar aqueles que viajam para locais de operações terroristas, ou voltam deles", disse ainda o ministro francês.

"Estamos convencidos da utilidade insubstituível dessa ferramenta", reforçou.

O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández Díaz, defendeu, por sua vez, uma modificação do Tratado de Schengen para permitir controles nas fronteiras dentro do espaço europeu para limitar a mobilidade de combatentes islamitas de volta à Europa.

O Tratado de Schengen instaurou a livre circulação entre os 26 Estados signatários, entre eles 22 da União Europeia.

Já o ministro belga do Interior, Jan Jambon, pronunciou-se a favor da elaboração de uma "lista europeia de combatentes estrangeiros" que se unem à Jihad.

"A colaboração entre os serviços dos nossos países é crucial. É preciso estabelecer uma lista europeia dos combatentes estrangeiros", opinou, antes da reunião.

A Bélgica figura entre os países mais mobilizados da União Europeia sobre a questão dos jihadistas europeus.

Provedores de Internet

Para lutar contra a radicalização, os ministros consideraram indispensável estabelecer uma parceria com os provedores de Internet para identificar e retirar rapidamente "os conteúdos que incitam o ódio e o terror", segundo a declaração comum divulgada em Paris.

A nota destaca, no entanto, que a web deve "continuar sendo um lugar de livre expressão".

Os ministros defenderam a melhoria da luta contra o tráfico de armas dentro da UE pela necessidade de se articular uma mensagem positiva para contra-atacar a propaganda jihadista.

Por fim, o procurador-geral americano, Eric Holder, informou que foi decidido que os Estados Unidos realizarão uma reunião de cúpula para tratar da questão da luta contra o "extremismo violento no mundo" em 18 de fevereiro próximo.

Holder afirmou que a reunião terá como objetivo o compartilhamento de recursos de todos os países envolvidos.

Participaram da reunião os ministros de Letônia, Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Itália, Holanda, Polônia, Suécia e Reino Unido.

O coordenador europeu para a luta contra o terrorismo, Gilles de Kerchove, também acompanhou o encontro.

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