O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, que governou durante um dos períodos políticos mais turbulentos do país, renunciou ao cargo nesta quarta-feira, inaugurando mais uma fase de incertezas que testará a força do governo do primeiro-ministro Matteo Renzi.
O fim precoce do segundo mandato de Napolitano priva Renzi de um aliado crucial em sua batalha pela aprovação de reformas institucionais e econômicas em um país que é pouco competitivo e enfrenta uma recessão. Com frequência, Napolitano ajudou a conquistar o apoio dos partidos italianos mais reticentes para a ambiciosa agenda de Renzi.
Em seu tradicional discurso de fim de ano, Napolitano, que completa 90 anos em junho, anunciou que encerraria seu mandato antes do previsto devido à idade avançada e a crescentes "sinais de fatiga", que comprometiam cada vez mais sua capacidade de cumprir obrigações institucionais.
O Parlamento da Itália deverá começar a votação para o sucessor de Napolitano no fim deste mês ou no começo de fevereiro, num processo logo e complicado que pode demorar semanas e desacelerar os planos de reforma de Renzi.